Eleição diferente de todas as outras - Inaldo Sampaio

Antônio Assis
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No Brasil já é tradição não haver duas eleições seguidas com as mesmas regras. A cada dois anos o TSE baixa uma ou mais resoluções disciplinando as normas do pleito. Devido ao arremedo de reforma política que o Congresso aprovou em 2015, a diretora do Ibope, Márcia Cavallari, prevê “muitas surpresas e viradas de última hora última” nas eleições deste ano. Primeiro, porque a campanha eleitoral terá duração de apenas 45 dias. Isso tende a favorecer os candidatos mais conhecidos, desfavorecendo, por motivos óbvios, aqueles que vão começar do zero. Segundo, porque o horário político do rádio e da TV terá duração de 35 dias, 10 a menos que no pleito anterior. Terceiro, haverá mais tempo para as inserções do que na campanha de 2014, o que pode tornar mais cara as campanhas eleitorais. Por último, pessoas jurídicas não podem fazer mais doações para candidatos, o que tornará essas eleições uma caixa de surpresa.

Na média, segundo o Ibope, a avaliação dos 5.570 prefeitos brasileiros é mais negativa do que positiva. Cerca de 40% dos eleitores entrevistados pelo instituto responderam que o prefeito de sua cidade é ruim/péssimo, 30% que é regular e 28% que é ótimo/bom. O Ibope constatou também que os candidatos mais conhecidos não serão necessariamente os vencedores, pois há no Brasil um grande desejo de mudança após a deflagração pela PF da Operação Lava Jato.

O Ibope constatou também que o eleitor está escolhendo cada vez mais tarde em quem pretende votar para prefeito. Dessa decisão tardia resultaram viradas de última hora como a que ocorreu em SP em 2012. O candidato Celso Russomano (PRB) liderou a corrida eleitoral até setembro mas acabou sendo ultrapassado por Fernando Haddad (PT), que ganhou a eleição.

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