A empresária Cristiane de Moura (à esquerda) acredita que confraternização vale a pena. Crédito: Cláudio Reis/Esp. CB /D.A. Press
Correio Brasiliense
Neste fim de ano, empresários e gestores estão numa saia justa e precisam decidir se vão comemorar ou não o Natal e o ano-novo com os funcionários. Muitos questionam se vale a pena promover uma reunião para descontração entre os empregados em meio à contenção no orçamento e ao corte de despesas — consequências da recessão. Outros, porém, enxergam nas celebrações uma chance de antídoto contra a crise, já que poderiam dar ânimo aos colaboradores.
Proprietária da 2 Tempos, com fábrica e lojas de confecção em Brasília, Cristiane de Moura está no mercado há 25 anos e acredita nunca ter visto um ano tão ruim como este para o comércio. Mesmo assim, ela pretende festejar com os 52 funcionários e as respectivas famílias. “Eu acho que isso dá otimismo e traz um gás para o fim do ano. É o único momento em que junto as meninas da fábrica e as das lojas. É importante essa reunião porque o trabalho de uma depende do da outra”, explica.

Ante as baixas perspectivas de aumento das vendas no fim do ano por conta da crise, Edson de Castro, dono de oito lojas e presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Distrito Federal, preferiu não organizar nenhum evento corporativo para encerrar o ciclo de 2015. Segundo ele, não houve resultados que pudessem ser comemorados. “Quando se faz uma celebração, você está com a equipe formada e não tem intenção de mandar ninguém embora. Do jeito que está, você pode comemorar em dezembro e demitir em janeiro. É incoerente.”
Independentemente da escolha sobre o tipo ou o tamanho do evento, cuidados devem ser tomados para que o salto não seja maior do que as pernas ou o branco vire luto. “Se a equipe tem o hábito de baixa comunicação entre si, é melhor não celebrar, porque o colaborador percebe que aquilo é só para inglês ver e que as coisas não vão mudar no dia a dia. Pode até agravar a situação”, diz a psicóloga especialista em recursos humanos e coach Alessandra Fonseca. Nesses casos, ela orienta que, se a reunião for mantida, deve ser realista.