Horta urbana comunitária foi montada pelos moradores do bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife
Foto e texto: Marina Barbosa/G1)
Viver em um bairro saudável e sustentável. Este é o sonho dos moradores do bairro de Casa Amarela neste Dia do Urbanismo (8). Cansados com o crescimento desordenado desta área da Zona Norte do Recife, eles se uniram para buscar meios alternativos de desenvolvimento. E os esforços já estão dando frutos. O grupo criou uma horta urbana comunitária, conseguiu que a Estrada do Arraial ganhasse ciclovia e elabora o Plano Diretor do Bairro para dar continuidade aos demais projetos pensados para a vizinhança.
O documento é o primeiro do tipo no Recife e, assim como os planos municipais, pretende estabelecer diretrizes de crescimento para a região. Há propostas de mobilidade, cultura, sustentabilidade e habitação para todos os setores de Casa Amarela. Mas a prioridade é sempre a mesma: qualidade de vida. “O plano diretor não é o objetivo, é um instrumento para chegar à qualidade de vida das pessoas. É isso que queremos, por isso nossa primeira proposta é criar um bairro saudável e sustentável”, afirma o bancário Vandson Holanda, representante do movimento.
Para isso, o grupo pretende reformular as estratégias de ampliação do bairro segundo premissas de sustentabilidade, acessibilidade e sociabilidade; tirando do foco das novas construções os prédios altos e as vias exclusivas para veículos. “Uma das nossas preocupações é a verticalização desenfreada, porque isso gera um impacto muito grande nas vias. As ruas passam a virar estacionamento, as pessoas ficam enclausuradas e isso gera insegurança. E nós queremos as ruas para as pessoas”, acrescenta Vandson, ressaltando que não é contra à construção de prédios, só espera que as obras sejam bem planejadas.
Plano diretor
Mas essa não é a única preocupação do grupo. Só no documento enviado à prefeitura para apresentação do plano diretor havia 43 propostas. Entre elas, estão a arborização e a implantação de ciclovias; a revitalização do Sítio Trindade, com o fortalecimento de atividades culturais; e a implantação da coleta seletiva. Para facilitar a circulação no entorno do mercado público, o grupo ainda sugere a criação de uma alameda em um trecho da Rua Padre Lemos, com áreas urbanizadas e fluxo restrito de veículos.