Familiares de Corrêa dizem que ele não tem recursos para devolver à Petrobras

Antônio Assis
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Inaldo Sampaio

Familiares do ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE) voltaram a dizer no Recife, neste final de semana, que ele não tem como devolver à Petrobras o dinheiro que recebeu ilegalmente do esquema de propina da estatal (cerca de R$ 11 milhões).

A devolução foi determinada pelo juiz da Operação Lava Jato, Sérgio Moro, em sentença prolatada em Curitiba na última sexta-feira.

Corrêa foi condenado a 20 anos e 7 meses de prisão por crime de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele já tinha sido condenado no processo do mensalão a 7 anos e 2 meses de cadeia, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e cumpriu parte da pena na penitenciária de Canhotinho, no Agreste pernambucano.

O juiz diz na sentença que o “mais perturbador” em relação ao ex-deputado é que ele é reincidente: recebia propina do esquema da Petrobras mesmo quando respondia a processo no STF por envolvimento no mensalão.

“Nem o julgamento condenatório pela mais Alta Corte do país representou fator inibidor da reiteração criminosa, embora em outro esquema ilícito. Agiu, portanto, com culpabilidade extremada, o que também deve ser valorado negativamente”, diz a sentença do magistrado.

Moro absolveu, porém, o filho do ex-deputado, Fábio Neto e a mulher deste, Márcia Danzi, que também receberam recursos da Petrobras.

Corrêa assumiu sozinho a responsabilidade dizendo que o filho e a nora nada tinham a ver com o esquema criminoso. A defesa do casal foi patrocinada pelo criminalista pernambucano Plínio Nunes.

Fábio foi acusado de lavagem de dinheiro por intermediar o recebimento de valores no escritório do doleiro Alberto Youssef, a pedido do pai.

Já sua mulher, Márcia Danzi, foi acusada de receber depósitos em dinheiro em suas contas bancárias provenientes do mesmo esquema criminoso.

“No caso de Márcia, o juiz Sérgio Moro entendeu que não havia provas de que ela soubesse da origem dos valores”, disse o criminalista.

“É o fim de um pesadelo vivido por Fábio e Márcia nesses últimos meses. Eles tiveram sua intimidade devastada com quebras de sigilos bancário, fiscal e telefônico, tiveram a casa vasculhada pela Polícia Federal e os nomes estampados nos jornais do Brasil inteiro. Foram, desde o início, tratados como culpados, mesmo que nenhuma prova existisse contra eles. Ainda que tardiamente, a Justiça corrigiu o erro e reconheceu a inocência deles”, disse Plínio Nunes.

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