Movimento é intenso no Terminal Joana Bezerra
Foto: JC
JC Online
Os motoristas e cobradores de ônibus da Região Metropolitana do Recife (RMR) seguem para o segundo dia de greve nesta quarta-feira (15). Assim como na terça, poucos coletivos são vistos nas ruas e quem depende do transporte público, enfrenta longa espera e ônibus cheios. Cerca de dois milhões de pessoas são prejudicadas com a paralisação por tempo indeterminado da categoria.
Nos principais corredores da capital pernambucana, os veículos estão circulando em número reduzido. O mesmo acontece nos Terminais Integrados. "A situação do T.I. de Rio Doce hoje [é pior que ontem, desde as 6h30 esperando e apenas dois ônibus passaram", disse Tácio Lima pelo Twitter. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Urbana-PE), o número de veículos circulando por volta das 6h era de 42%, subiu para 51% às 7h e chegou a 54% às 8h.
No Terminal Joana Bezerra, os coletivos passam com certa frequência, mas, ainda assim, ônibus que chegam são disputados por passageiros e as paradas continuam lotadas. "O movimento deles é válido, porque estão exigindo o direito deles, mas, ao mesmo tempo, prejudica o usuários", disse Ana Paula Monteiro, em Joana Bezerra, na área central da capital.
Para tentar driblar a greve e chegar ao destino, muitas pessoas tiveram que recorrer aos meios de transportes alternativos. No Terminal de Joana Bezerra, os mototaxistas fazem ponto para tentar uma corrida. Outras pessoas tiram os carros da garagem e algumas das principais vias da cidade apresentam retenções, como a Avenida Recife, Avenida Agamenon Magalhães, no sentido Boa Viagem, e Avenida Bernardo Vieira de Melo.
Está marcada para a manhã desta quarta uma audiência de conciliação entre rodoviários e empresários de ônibus. Será a última tentativa de acordo antes que seja instaurado dissídio coletivo. Caso não haja entendimento, os desembargadores vão julgar a legalidade do movimento e as cláusulas econômicas da campanha salarial.
Os motoristas de ônibus, cobradores e fiscais rejeitaram em assembleia, sexta-feira passada, a proposta patronal de reajuste de 9,5% nos salários e de 27% no tíquete-alimentação. Atualmente, eles ganham, respectivamente, R$ 1.765, R$ 812 e R$ 1.141 e querem aumento de 12%. Caso tivessem aceitado o índice dos patrões, motoristas passariam a ganhar R$ 1.933, cobradores R$ 889 e fiscais R$ 1.250. O tíquete-alimentação hoje é de R$ 188. Os empresários de ônibus se dispõem a pagar R$ 220, mas os rodoviários querem R$ 300.