Espaço Ciência faz apelo para preservar manguezal

Antônio Assis
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Detritos poluem o Canal Derby-Tacaruna e o manguezal do Espaço Ciência
Alexandre Gondim/JC Imagem

JC Online

A beleza do manguezal que enfeita o Espaço Ciência, localizado entre o Recife e Olinda, é sucessivamente maculada pelo lixo despejado no Canal Derby-Tacaruna. Por isso, o museu resolveu abrir as comemorações da Semana do Meio Ambiente, nesta segunda-feira (1º) com uma provocação. Ao lado dos sacos cheios de entulhos, coletados durante as duas últimas semanas e empilhados na cerca que separa o espaço da Avenida Agamenon Magalhães, foi posta uma faixa com os dizeres: “Lixo no manguezal. É seu?”.

“Esperamos que alguém pegue e leve”, diz o diretor do Espaço Ciência, Antonio Carlos Pavão. Ele conta que, com a ajuda de parceiros, o museu recolheu mais de 100 sacos grandes de lixo. O mangue estava sufocado com plásticos e garrafas PET, principalmente. “O ato não é exatamente uma provocação, mas um grito de alerta, uma manifestação em defesa do meio ambiente. Queremos o canal limpo”, explica Pavão.

Ele informa que, durante esta semana, o Espaço Ciência vai promover uma oficina para analisar o material coletado, ver o que pode ser reaproveitado e propor soluções com a ajuda dos presentes. “Nós não produzimos esse lixo, mas ficamos com ele”, lamenta.

O lixo no canal que corta o museu científico já se tornou problema crônico, mas parece não sensibilizar a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb). A última faxina foi feita há mais de cinco anos pelo Espaço Ciência com a colaboração de pescadores que costumam deixar seus barcos atracados ali. Mais de cinco toneladas de entulhos foram recolhidos. A colaboração da Emlurb se resumiu a oferecer contêineres para depositar os resíduos. “Eu atribuo a responsabilidade às três esferas de poder, destacando os municípios do Recife e Olinda, já que o canal fica no limite entre as duas cidades”, declara Pavão. “É preciso uma ação emergencial para conter a poluição.”

Como o canal tem uma comporta para controlar o fluxo da água, evitando o alagamento da Avenida Agamenon Magalhães, o lixo forma um aglomerado que fica circulando entre essa barreira e a Escola de Aprendizes Marinheiros. “Se houvesse uma ação para recolher esses entulhos, a qualidade da água melhoraria muito”, acredita o diretor.

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