Mensalinhos nas cidades do país incluem cotas de remédio e mesada disfarçada de emenda
Nos estados e municípios, a corrupção entre Executivo e Legislativo também paga mesada. Guardados no cofre do prédio da prefeitura de Cassilândia, na tesouraria, papéis timbrados do governo municipal preenchidos a caneta, datados e assinados, indicavam: “Vale R$ 5.000. Retirei a quantia supra p/: Vereadores”. Às vezes, o valor anotado era maior, como em vales de R$ 9 mil em que o beneficiário era “Câmara”. Se no cofre havia alguns, na casa da tesoureira de Cassilândia — município do Mato Grosso do Sul com 21 mil habitantes — o Ministério Público encontrou muitas dezenas de “vales-vereador”. Os pagamentos do prefeito à Câmara Municipal em troca de apoio político, descobertos em 2007, são um dos casos de mensalinhos investigados país afora desde que o mensalão no Congresso veio à tona em 2005.
Alessandra Duarte
O Globo
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