Dirigentes do MinC recebem representantes do movimento Ocupe Estelita

Antônio Assis
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Representantes do Movimento Ocupe Estelita e dirigentes do Ministério da Cultura (MinC) estiveram reunidos na tarde dessa sexta-feira, dia 22, para discutir a situação do Cais Estelita, localidade do centro histórico de Recife (PE). O movimento está mobilizado para impedir a construção de um empreendimento que prevê a implantação, no local, de 12 torres com até 40 andares. Hoje, o projeto está suspenso graças a ações judiciais que questionam sua legalidade.

O músico pernambucano Otto, representante do movimento, alega que o projeto causará forte impacto na estrutura urbana e ambiental de Recife. "Temos uma cidade relevante na cultura e na história do País e não podemos aceitar esse crime, essa tragédia que está ocorrendo em Recife", disse. Para ele e para os demais integrantes do Ocupe Estelita, ao invés da construção de prédios, deveria ser feita a revitalização do centro da cidade como forma de preservar os monumentos e humanizar o espaço público.

A reunião contou com a presença do ministro Juca Ferreira, da presidenta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Jurema Machado, do secretário-executivo do MinC, João Brant, e do secretário de Políticas Culturais, Guilherme Varella. Representando o Ocupe Estelita, além de Otto, estiveram presentes o diretor do movimento, Sérgio Urt, os professores Liana Lins e Tomás Lapa, da Universidade Federal de Pernambuco, e o produtor cultural Eduardo Vieira.

Durante o encontro, o ministro Juca Ferreira se mostrou sensível à causa por entender que Recife e outras cidades brasileiras foram devastadas por um processo de especulação imobiliária predatório que deve ser discutido e contido. "É preciso um reordenamento geral do planejamento urbano das cidades brasileiras. Recife é uma delas", afirmou o ministro. "A luta de vocês é justa", completou.

A presidenta do Iphan, Jurema Machado, fez uma apresentação, durante o encontro, sobre histórico do espaço e ações realizadas por lá. "Recife talvez seja a cidade mais maltratada por sua legislação urbanística", lamentou. Ela explicou que, a pedido do Movimento, o Iphan está reavaliando o Cais Estelita, que não havia sido considerado área passível de tombamento pelo Instituto. Segundo Jurema, o caso está nas mãos dos técnicos e ainda não há uma data de conclusão dos estudos.

Assessoria de Comunicação
Ministério da Cultura

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