Pai cria aplicativo para se comunicar com a filha portadora de paralisia cerebral

Antônio Assis
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Carlos Edmar exibe, no tablet, o aplicativo que usa para falar com Clara
Divulgação

JC Online

A paralisia cerebral é causada por uma lesão neurológica acontecida durante a fase de desenvolvimento do sistema nervoso central de uma criança nos primeiros dois anos de vida. Os sintomas podem variar, mas envolvem distúrbios motores e em muitos casos não afetam o desenvolvimento cognitivo. Ou seja, a criança tem dificuldades de movimento, mas possui a mesma capacidade intelectual de qualquer outra pessoa.

Convivendo com um caso de perto, o analista de sistemas e empresário Carlos Edmar Pereira usou seus conhecimentos em tecnologia e desenvolvimento de ferramentas para criar o Livox, aplicativo que dá autonomia na fala a pessoas com deficiências. Com ele, Carlos e a mulher, Aline, conseguiram dar a sua filha Clara, de 7 anos, a capacidade de se comunicar. E o analista conquistou reconhecimento internacional.

O empresário estará, nesta semana, representando o Brasil na Reunião Anual dos Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Coreia do Sul. O convite surgiu a partir do prêmio de Melhor Aplicativo de Inclusão Social do Mundo que o Livox recebeu da Organização das Nações Unidas (ONU). Carlos apresentará a ferramenta para representantes dos 48 países membros do BID, principalmente ministros das Finanças, presidentes de Bancos Centrais e potenciais investidores. O empresário ainda vai para Tóquio para uma reunião com empresários, intermediada pelo BID.
O analista explica que criou o Livox por sentir falta de uma ferramenta que o permitisse se comunicar com a filha que tivesse sido traduzida para o português.

“Os desenvolvedores criavam a aplicação em inglês e não tinham interesse comercial em trazer para o Brasil. Procurei outras soluções, mas nenhuma foi satisfatória”, conta. A ferramenta criada por Carlos é baseado em algoritmos inteligentes que se ajustam a vários graus de dificuldades motora, visual e cognitiva. “Ao longo do tempo fizemos adaptações que podem atender à pessoas com qualquer dificuldade motora”, explica.
Com uma equipe formada por outros desenvolvedores, além de fonoaudióloga, psicopedagoga e uma terapeuta ocupacional, o empresário desenvolveu uma ferramenta que é na verdade um aplicativo, passível de ser instalado em qualquer tablet. Atualmente, a solução atende a 10 mil usuários, dentre famílias e instituições de assistência brasileiras.

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