Blog do Torcedor
Apesar de ser um estádio para comportar quase 50 mil pessoas, quanto menos gente na Arena Pernambuco, melhor.
Parece um contrassenso, mas não é.
A conta é complexa, até por que faz parte da estratégia confundir mais do que explicar, mas eu vou tentar ser didático aqui, embora jornalista e cálculo seja uma mistura tão difícil de combinar quanto rum com água de coco.
A parceria do Governo com a Arena prevê divisões de lucro e de prejuízo. E para se saber onde termina um e começa o outro, estabeleceu-se uma meta anual, R$ 110 milhões, aparentemente aleatória, tanto que o Tribunal de Contas do Estado quer saber como se chegou a esse número.
Se a meta for batida, o que passar de R$ 110 milhões é o lucro, dividido entre Arena e o Governo, meio a meio.
Se o apurado for metade de R$ 110 milhões, R$ 55 milhões, a diferença para meta é o prejuízo, dividido meio a meio entre Arena e o Governo, cerca de R$ 27,5 milhões para cada.
Agora, vem o pulo do gato: se o apurado for abaixo da metade de R$ 110 milhões, o Governo garante sozinho o valor até se chegar aos R$ 55 milhões.
Isso quer dizer que se a Arena ficar o ano todo fechada, receberá de bandeja R$ 55 milhões.
Não precisa ser Einstein para calcular que é bem melhor não arriscar passar dos R$ 55 milhões para não ter que entrar no rá-rá com o Governo.
Como pega mal ficar fechada, ela abre de vez em quando as portas. Só que funcionar tem um custo. Mas se o público for pequeno, ótimo. É menos gasto com gente para segurança e limpeza.
O assunto é delicado, mas a verdade é que o Governo embarcou nessa pois o combinado anteriormente era levar os três times da capital para jogar lá, mas como só o Náutico foi, a negociação acabou derivando para esses termos.
Com a economia a pleno vapor, o Governo não queria mexer nesse vespeiro. Mas como a crise não só bateu na porta, como sentou na sala de estar, qualquer centavo agora faz uma diferença enorme.
A negociação segue.
Até lá, quanto mais Piauí e jogo às 22h sem metrô para voltar, melhor.