Comidas são feitas e comercializadas aos frequentadores na própria beira-mar, sem qualquer interferência
Raquele Wacemberg, da Folha de Pernambuco
Janga, Conceição, Pau Amarelo e Maria Farinha. Bairros litorâneos que compõem o município de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Sem legislação específica, os comerciantes que atuam nos 14 km da orla da cidade estão livres para manipular alimentos e utilizar garrafas de vidro. Animais também estão liberados, como constatou, na última quarta-feira (14), a Folha ao percorrer as quatro praias. A gestão municipal informou que o projeto de ordenamento da faixa litorânea está sendo construído. Enquanto isso, a gestão segue a lei federal de gerenciamento costeiro.
O ambulante Almir Barbosa, 50 anos, está entre os comerciantes que estão instalados na areia de Pau Amarelo. Na sua barraca, ele comercializa bebidas em garrafas de vidro e peixe frito. “A prefeitura nos incentiva a cuidar do espaço para manter a higiene. Mas não tem lei que proíba cozinhar meu peixe aqui na praia”.

O trabalho, adiantou, foi concluído nessa área e está em implantação nas praias de Maria Farinha e Pau Amarelo. Entre as barracas derrubadas estava a de Almir Silva 45 anos, destruída há menos de um mês. “Eu tinha uma barraca fixa há anos aqui. Mas eles derrubaram. Agora, estou com o comércio ambulante. Mantenho meu local limpo não incomodo ninguém e garanto minha renda”, disse o ambulante, que comercializa bebidas e comidas no Janga.
PLANO - A derrubada das barracas que ocupavam a faixa de areia foi motivada pelo projeto de engorda da orla de Paulista. “Em função da colocação da tecnologia ‘bag wall’, utilizada para aumentar a faixa de areia e conter o avanço do mar, tivemos que efetuar a derrubada”, explicou Leslie Tavares. Segundo o secretário, 20% da orla já foi requalificada.