Microempresários estão conectados, mas exploram pouco o potencial da web

Antônio Assis
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Tathiana Pimentel
Diario de Pernambuco

Desde que começou o negócio, Camila Fisher alimenta o perfil no Instagram, postando fotos das peças que vende. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A.Press

O uso da internet é uma prática para a quase totalidade dos donos de micro e pequenas empresas brasileiras. De acordo com pesquisa inédita do Sebrae, 92% destes empresários estão conectados. Infelizmente, isso não quer dizer que todos os empreendedores saibam usar a web para agregar valor a seus negócios e aumentar suas vendas. As redes sociais, por exemplo, são um terreno perigoso, onde muitas empresas ainda não entraram, ou mantêm suas páginas desatualizadas, erro cometido por cinco entre dez empreendedores. O risco, nesse caso, é que, ao invés de atrair clientes, ter um perfil desorganizado e vazio pode ter o efeito oposto e arranhar a credibilidade do negócio.

O gestor de projetos de e-commerce Thiago Suruagy, do Sebrae Pernambuco, afirma que hoje, 18% de todo o consumo de micro e pequenas empresas e empreendedores individuais vêm da internet. “As redes sociais são um excelente canal de divulgação e vendas, mas não basta só abrir uma página da empresa, é preciso tornar o perfil interessante, atrativo, conquistar os seguidores e, depois, transformá-los em clientes”, afirma. Segundo ele, isso exige um compromisso diário. “O empreendedor tem que encaixar esse trabalho no seu dia. Tirar meia hora para postar e, não apenas isso, responder às questões dos internautas, estendendo o contato para uma janela inbox ou o WhatsApp. E isso tem que ser uma rotina.”

É exatamente o que faz a empresária Camila Fisher, dona da multimarcas de roupas femininas I’M, em Candeias. Até mais. Camila acredita que passa pelo menos oito horas por dia nas redes sociais. “Estou conectada o tempo inteiro. Da hora que acordo até a hora que vou dormir. Desde o início do negócio, há cinco meses, passo horas trabalhando no nosso Instagram, seguindo gente, curtindo, compartilhando fotos de nossas clientes com nossas roupas e sempre coloco o look do dia, que faz o maior sucesso”, revela. Tanto esforço já está se convertendo em lucros. Hoje, o perfil da I’M já tem 3,2 mil seguidores e cerca de 80% dos clientes da marca vêm do Instagram. “Chego a fechar as vendas através das redes sociais e depois passo na casa das clientes para entregar as compras”, completa.

Todo o procedimento é aprovado por  Thiago Suruagy. “Isso é o que todos os empreendedores devem fazer, criar o contexto, um conceito, agregar valor, vender um estilo de vida. O look do dia, por exemplo, funciona muito bem para lojas de roupa. Primeiro porque elas acabam ditando moda e, segundo, elas viram uma referência para as clientes”, reforça. 

Ele aconselha que a empresária também use o Facebook para se comunicar com os consumidores. “Essa é uma plataforma mais completa, onde é possível passar um número maior de informação e também há maiores possibilidade de interação e relacionamento.” E Suruagy ainda indica outra ferramenta virtual para ajudar os pequenos empresários locais: o Google Meu Negócio. “É um sistema novo e gratuito que facilita que a marca seja exibida nas buscas do Google”, finaliza.

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