Fundaj esvaziada à espera de ação do MEC

Antônio Assis
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Fundação Joaquim Nabuco tem apenas 60% do seu quadro ativo. Ministro não sinalizou destino da instituição

Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem


Mariana Araújo
JC Online
A Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), vinculada ao Ministério da Educação (MEC), prepara-se para passar por transformações na sua estrutura em 2015. O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), elaborado pela Fundação com o auxílio de uma consultoria ao longo de 2014, deverá voltar todas as pesquisas da instituição para a área educacional. Além disso, o MEC saiu das mãos do PT, partido que detinha o controle da pasta desde o primeiro mandato do ex-presidente Lula, em 2003, para o PROS, sob a batuta do ministro Cid Gomes.
As mudanças, principalmente com relação à estrutura organizacional, não agradaram parte dos pesquisadores. Em reserva, eles temem que trabalhos desenvolvidos ao longo de anos não sejam aproveitados ou que algumas áreas de pesquisas não possam ser adequadas à futura realidade. As alterações também não alegraram o PT em Pernambuco. Grupos de pesquisadores e funcionários se reuniram com dirigentes petistas para tentar barrar as mudanças.
“A incorporação do PDI será complicada diante da diversidade de linhas de pesquisa. Aqui há pesquisadores das mais variadas vertentes que não estão ligadas à educação”, alerta um pesquisador.
Para o presidente da Fundaj, Fernando Freire, a situação é completamente reversível. “Todas as pesquisas que foram criadas aqui, elas podem ter um componente educacional nisso, não vejo dificuldade nesse processo. As pessoas não vão ser molestadas, digamos assim, nas suas competências individuais”, declarou. Freire garantiu que os pesquisadores irão continuar atuando nas suas áreas, porém incluindo o viés da educação nos estudos. “Claro que tem uma transição nesse processo. Os projetos que estão em execução serão continuados. Há uma certa incompreensão nesse processo”, acrescentou.
A Fundação tem hoje cerca de 60% do seu quadro de funcionários na ativa. Das 400 vagas disponíveis, 247 estão ocupadas. Outros 92 funcionários são cargos comissionados. O PDI prevê a abertura de 170 vagas, fundamental para fazê-lo realizar-se, na opinião de Fernando Freire. Diante do quadro, transparece a sensação de esquecimento.
Desde que foi anunciado ministro da Educação em meados de dezembro, Cid Gomes (PROS) ou alguém de sua equipe não entrou em contato com a Fundaj. Freire irá buscar uma audiência com o ministro, em Brasília, para apresentá-lo formalmente o PDI. 
Fernando Freire, no cargo desde abril de 2011, não sabe qual será o seu futuro, mas é taxativo sobre o assunto. “É uma coisa que é bem clara para mim. Não é só uma questão de ficar aqui. É uma questão de ficar e ter as condições necessárias para implantar com tranquilidade do PDI”, disse.
Em agenda no Recife anteontem, o ministro da Educação, Cid Gomes, disse que ainda está analisando a situação da Fundaj. “Vou ouvir a comunidade aqui. Tem um presidente, não tem? Uma pessoa respondendo? Esse é um governo de continuidade. Mudou o ministro, mas as equipes estão todas funcionando”, declarou.

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