Eike fecha 2014 longe da classe média, mas à espera de sentença criminal

Antônio Assis
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MARIANA DURÃO , MARIANA SALLOWICZ / RIO - O ESTADO DE S.PAULO

Turbulência. Empresário pode ser o primeiro a ser preso por crimes contra o mercado de capitais; previsão é de que Justiça dê, pelo menos, uma sentença em 2015 relacionada ao crime de informação privilegiada e manipulação do mercado

Supersticioso, Eike Batista deixa para trás hoje um ano em que os seus problemas chegaram à esfera criminal, mais duas empresas do grupo - num total de quatro - apelaram à recuperação judicial para evitar a insolvência e suas ações acabaram na mão de credores. Apesar de turbulento, 2014 foi também o ano em que fechou um polpudo acordo com seu principal credor, o fundo soberano Mubadala: pelo acerto recebe um "salário" anual de US$ 5 milhões, até 2018.
São cerca de US$ 400 mil (em torno de R$ 1 milhão) por mês, motivo suficiente para entrar o ano-novo com o pé direito e fôlego renovado para prospectar novos negócios. A remuneração está bem longe da realidade da classe média à qual Eike disse ter voltado e é superior à recebida por boa parte dos CEOs de grandes empresas nacionais.
Levantamento da consultoria Page Executive apontava que o total recebido, em 2013, pelos principais executivos de companhias com faturamento de R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões - incluindo bônus e incentivos - era de R$ 1,6 milhão por ano ou R$ 130 mil por mês. Os US$ 5 milhões por ano de Eike, confirmados por fontes próximas a ele, equivalem a um terço da remuneração anual média dos presidentes das maiores empresas americanas, de US$ 15,2 milhões, segundo levantamento do Economic Policy Institute com base nas 350 maiores companhias do país com ações em bolsa.

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