Família Lundgren continua a brigar por espólio bilionário

Antônio Assis
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JC Online

Advogados acusam interventores de agir com má-fé

Ricardo Labastier/JC Imagem

Um ano depois de o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinar que a controladora da Lojas Pernambucanas, Anita Louise Regina Harley, repassasse aos sobrinhos 12,5% das ações da rede varejista, conforme determinado em testamento pela matriarca da família Lundgren (Erenita Helena Groschke Cavalcanti Lundgren), os advogados desses familiares dizem que descobriram o porquê de a decisão não ter sido cumprida. O processo de divisão do espólio da família se arrasta há duas décadas. Segundo os advogados, os dois últimos interventores nomeados pela Justiça para fazer a partilha dos bens repassaram seus poderes a funcionários ligados à dona Anita, que não teria interesse na divisão.
“Achamos procurações (em que os interventores) dão poderes que você não daria ao seu pai. É um cheque em branco. Se o juiz nomeia ele como interventor e gestor, essa pessoa não pode, à revelia do juiz, dar poderes a outra pessoa. Então, a gente chega à conclusão que ela (dona Anita) sempre esteve no comando disso tudo”, afirmou o advogado Taney Farias. Ele defende os interesses de cinco sobrinhos de Anita e esposa de Robert Bruce Harley Júnior, irmão da empresária, falecido em 1999 e que tem direito a 12,5% do patrimônio da família segundo testamento da matriarca. Segundo o advogado, as procurações registradas no 6º Cartório Roma são prova de um crime cometido pelos interventores, já que envolvem uma “tramoagem” contra a decisão da Justiça. “Durante todos esses anos de procrastinação sabíamos que Anita estava por trás disso. Agora, temos a comprovação”, comentou. “Essa é a maior vergonha do judiciário brasileiro. Ganha-se o processo no STJ e quando é para cumprir, o inventariante faz corpo mole. É a maior vergonha”, completou.

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