A presidente Dilma é uma pessoa de sorte: quem enfrenta uma oposição tão bem-comportada, tão almofadinha, tão preocupada em não amassar a gravata, tem de agradecer aos céus. Mas nem tudo é perfeito: a oposição pode ser fofinha, mas é preciso tomar muito cuidado com alguns aliados. Se um deles lhe oferecer um cafezinho, Dilma demonstrará sabedoria se exigir que alguém o prove antes.

Não culpe o PMDB, caro leitor. O PMDB é transparente, todos sabem o que quer. Mas que é que Gilberto Carvalho, fiel entre os fiéis, ministro de Dilma, pretendia ao atacá-la? E Marta Suplicy, também ministra, que saiu atirando? E aqueles petistas radicais que assinam manifestos contra os ministros que Dilma escolheu? Não vamos fingir que estejam indignados com Joaquim Levy. Quem aceitou Sarney, Collor e Maluf, quem conviveu no Governo com Sarney Filho, César Borges, Guilherme Afif, já tem o couro curtido. Se o coronel Brilhante Ustra fosse ministro dos Direitos Humanos, aceitariam numa boa. E explicariam.
O PT rachou entre Dilma e os outros. Quem são os outros? Quem é seu chefe?