OPOSIÇÃO REPUBLICANA ASSUME CONGRESSO DOS EUA

Antônio Assis
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AFP - O Partido Republicano assumiu o controle do Senado dos Estados Unidos e manteve a maioria na Câmara de Representantes nas eleições realizadas nesta terça-feira, o que representa um severo revés para o governo democrata de Barack Obama.
Segundo a CBS News, os Republicanos obtiveram 226 das 435 cadeiras da Câmara de Representantes, enquanto a NBC aponta 242 cadeiras para os opositores ao presidente Obama.
Na disputa pelo Senado, os republicanos assumiram o controle da casa, com Mitch McConnell, vitorioso no Kentucky, surgindo como o nome forte do partido na Câmara Alta.
"Está na hora de seguir em outra direção", disse McConnell, 72 anos. "Mas temos a obrigação de trabalhar juntos nos temas onde possamos estar de acordo".
As redes de televisão também apontam a vitória da republicana Shelley Moore Capito na Virgínia Ocidental, sucedendo o democrata Jay Rockefeller; e no Arkansas, onde o republicano Tom Cotton derrotou o democrata Mark Pryor.
Cotton, um veterano das campanhas militares no Iraque e Afeganistão, conseguiu uma vitória no estado natal do ex-presidente Bill Clinton, aproximando os republicanos do objetivo de conquistar, ao menos, 51 cadeiras no Senado.
No Colorado, o republicano Cory Gardner conquistou a cadeira para o Senado, derrotando o democrata Mark Udall, segundo as redes de TV, que também apontam vitórias republicanas em Montana, Dakota do Sul e Iowa.
Nas eleições para os governos estaduais, o governador republicano Rick Scott conseguiu se manter no cargo na Flórida, superando por mínima diferença o democrata Charlie Crist, em um resultado-chave para a oposição visando a eleição presidencial.

Scott, um empresário de 61 anos, obteve 48% dos votos, contra 47% para Crist, um advogado de 58 anos que governou a Flórida entre 2007 e 2011 como republicano e agora tentava voltar como democrata.
Nas chamadas "midterms", tradicionalmente cruéis para o partido no poder, os eleitores renovaram as 435 cadeiras da Câmara de Representantes, 36 das 100 cadeiras do Senado, e 36 dos 50 governadores de Estados.
O presidente Barack Obama admitiu nesta terça-feira que o mapa eleitoral este ano foi particularmente desfavorável para os democratas.
"É, provavelmente, o pior grupo possível de Estados para os democratas desde Dwight Eisenhower", disse Obama à rádio WNPR.
Para o senador Rand Paul, visto como um possível candidato republicano para a eleição presidencial de 2016, "o vento está a nosso favor". "Acho que as pessoas estão prontas para uma nova liderança".
"Será uma grande vitória, uma grande noite", antecipou o senador John Cornyn, segunda figura dos republicanos no Senado.
Nos Estados Unidos, historicamente, o partido do presidente em exercício perde as eleições legislativas de meio de mandato.
Simultaneamente, ocorreram dezenas de referendos nos Estados, especialmente sobre a legalização da maconha, direito ao aborto e aumento do salário mínimo.
Em Washington - capital dos EUA - foi aprovada a legalização da maconha, um resultado que reforça a tendência já manifestada por outros Estados.
A legalização da maconha na capital federal obteve 64,26% dos votos, contra 29,45% que rejeitaram o consumo recreativo da erva - limitado a 50 gramas - entre adultos maiores de 21 anos, a entrega (não a venda) de até 25 gramas, e o cultivo de no máximo três plantas em casa.
Em julho, a capital federal já havia descriminado parcialmente a posse da maconha, transformada em delito menor.
Washington DC se une agora aos Estados do Colorado e Washington, situados no noroeste do país, que nas eleições de 2012 aprovaram a comercialização e a posse de pequenas quantidades de maconha para fins recreativos.

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