Suspeita de irregularidades na outorga de novos táxis em Jaboatão dos Guararapes

Antônio Assis
0
Inaldo Sampaio

A prefeitura de Jaboatão dos Guararapes afastou na última terça-feira (11) quatro servidores da Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade Humana por suspeita de fraude na outorga de 235 novos táxis para reforçar a frota do município. Além disso, determinou a instauração de inquérito administrativo para investigar a conduta deles.
A decisão foi tomada com base em relatório interno da gestão e denúncia do Ministério Público em relação à Concorrência Pública nº 01/2013 para outorga de 235 permissões para veículos de aluguel (táxi) na cidade.

Para garantir a lisura da apuração, o prefeito Elias Gomes (PSDB) considerou importante o afastamento dos quatro servidores e o envio da documentação à Controladoria Geral do Município. Todos os quatro servidores pertencem à Comissão Especial de Licitação.
Em 12 de setembro deste ano, a promotora Ana Luiza Pereira da Silveira Figueiredo enviou denúncia à Secretaria Executiva de Mobilidade relatando supostas irregularidades na citada Concorrência Pública.
Suspeita semelhante já havia sido externada no mês de julho pelo secretário Executivo de Mobilidade, José Werner Brito Cavalcanti, em razão de denúncia recebida por meio de telefonemas anônimos.
Em agosto, a Secretaria criou uma Comissão Interna que analisou o processo – trabalho concluído em 29 de setembro, quando foi elaborado um relatório sobre o caso.
Em ofício encaminhado à secretária Executiva de Formação e Gestão de Pessoas, Mara Annumciato, no último dia 7, o secretário Acácio Carvalho relata que em sua apuração a Comissão Interna analisou documentos da referida concorrência – inclusive a pontuação dada aos permissionários que foram contemplados – e que constatou irregularidades, como, por exemplo: todas as habilitações avaliadas apresentaram algum tipo de irregularidade, “em maior ou menor escala”.
Ainda no ofício, Acácio frisou que o relatório elaborado pela Comissão Interna não evidenciou prática de recebimento de benefício financeiro por parte dos servidores – como citado na denúncia do Ministério Público. Até porque a investigação prévia não teve esse objetivo.
Por fim, e em razão das irregularidades constatadas no processo, ele relatou ser necessária a instauração de um inquérito administrativo sobre o caso, “com direito à defesa e ao contraditório, como determinam a Constituição Federal e a Lei”.

O inquérito administrativo foi aberto no mesmo dia pela secretária Mara Annumciato em relação aos quatro membros da Comissão Especial de Licitação.

Ao decidir ontem pelo afastamento imediato dos quatro servidores, o prefeito Elias Gomes determinou ainda que ao final do inquérito administrativo e da auditoria da Controladoria Geral os autos sejam encaminhados ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ao Ministério Público Estadual, caso fiquem comprovadas as irregularidades.

Postar um comentário

0Comentários
Postar um comentário (0)