Paulo de Tarso de Lyra
Diario de Pernambuco
Oficializada candidata na chapa do PSB, Marina Silva fez mudanças significativas na coligação que até oito dias atrás era encabeçada pelo socialista Eduardo Campos. Ratificou que só estará presente nos palanques estaduais com os quais já concordava, transferindo para o candidato a vice, Beto Albuquerque, a tarefa de pedir votos nos locais em que ela não se sentir confortável. Emplacou dois de seus mais próximos aliados, Walter Feldmann e Bazileu Margarido, em postos-chaves da campanha (coordenação-geral e comitê financeiro) e, a partir de agora, não aceitará mais doações que venham de empresas de armamentos, fumo, agrotóxicos e bebidas.

Foi omitida ainda qualquer menção de adiamento no processo de criação da Rede Sustentabilidade. O acerto dos ponteiros da campanha aconteceu em uma reunião tensa na Fundação João Mangabeira, do PSB, no Lago Sul, enquanto os demais integrantes da Executiva Nacional do PSB aguardavam Marina e a cúpula socialista na sede do partido, na Asa Norte. Sucessivamente, o início da executiva vinha sendo adiado.
Quando o presidente interino do PSB, Roberto Amaral, e o secretário-geral Carlos Siqueira chegaram à sede da legenda, Marina ainda estava no hotel, esperando que as últimas arestas fossem aparadas. “É um processo complicado, todos querem falar. Não há dúvida que a chapa é Marina e Beto (Albuquerque). O que está faltando são questões políticas envolvendo a campanha”, disse o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande. Ele deixou o encontro antes da chegada de Marina, alegando compromissos inadiáveis no estado.