Foto: Alexandre Gondim/Acervo JC Imagem
Blog do Torcedor
Prioridade da atual gestão, a transferência do CT do Sport é, de acordo com o presidente João Humberto Martorelli, um direito do clube. “Existe um contrato de locação para que os jogadores treinem lá, então não há problemas por isso. Ainda assim, não é certo que esteja em nome da associação porque foi comprado com recursos do Sport”, afirmou o dirigente.
Para tentar driblar a resistência de parte dos associados que possuem o terreno, Martorelli garante que juristas do Leão estão trabalhando na transferência. “Eles entendem que o terreno está mais seguro se ficar no nome deles. Entendo o propósito, é nobre. Não querem que futuros dirigentes arrisquem o patrimônio do clube, mas estamos vendo com nossos advogados que soluções jurídicas seguras podemos encontrar”, garantiu.
Entenda o caso: O Sport conta com um terreno de sete hectares com cinco campos, dois alojamentos e academia para formar seus jogadores. O que se sabe é que o dinheiro para construção da estrutura foi a partir da venda de atletas. “O dinheiro investido nas obras foi da venda de jogadores como Ciro”, garantiu o ex-presidente Milton Bivar.
Só não ficou claro ainda de onde veio a verba utilizada para a compra do terreno. “É uma situação inadmissível. O imóvel foi comprado com o dinheiro do clube e colocaram em nome de pessoas físicas. Agora, além de ter comprado o terreno, o clube precisa pagar aluguel para poder utilizá-lo”, disse Homero Lacerda, também ex-presidente.
O espaço é propriedade da associação “Amigos do Sport”, formada por doze torcedores rubro-negros que afirmam ter pago de seus próprios bolsos pela aquisição. Com isso, há um contrato de aluguel para que o Sport possa utilizar o terreno pelos próximos 90 anos, com possibilidade de renovação por outros 90.
Agora, a atual gestão quer que o clube também tenha posse do espaço. “Estamos com o jurista Silvio Neves Baptista, que está analisando a forma mais segura. É um compromisso da nossa gestão. Não tem um prazo estipulado, mas queremos o quanto antes”, explicou o vice-presidente de futebol Arnaldo Barros.
Muitos dos integrantes da associação dizem estar dispostos a fazer a transferência, mas ainda há resistências. Eles dizem estar temerosos, pois não querem que o patrimônio do Sport fique à disposição da irresponsabilidade de futuros gestores. “Todos estão dispostos a assinar o documento, mas alguns querem que o patrimônio fique protegido. Estão receosos de que futuros gestores acabem acumulando dúvidas e percam o imóvel para o governo ou outros credores”, disse Gustavo Dubeux, presidente do Conselho Deliberativo do Leão e integrante da “Amigos do Sport”.
Quem também faz parte da associação, mas não aprova a negociação é o ex-presidente Milton Bivar. “Foi uma aquisição feita com muito sacrifício. No momento, acredito que o clube tem muito mais segurança se o CT permanecer no nome da associação”, afirmou.