Faltando três meses para as eleições, e tendo no fim de semanaapresentado ao Tribunal Superior Eleitoral bolorentos programas de governo, os candidatos à presidência da República não se deram ao trabalho de traduzi-los para consumo popular. Vão iniciar oficialmente suas campanhas sem que o eleitorado possa identificar suas marcas registradas. Nem Dilma nem os dois netos de ilustres personagens conseguem sensibilizar o cidadão comum à maneira do Lula, de Tancredo Neves e de Miguel Arraes. Dão a impressão, os três candidatos, de estar cumprindo sem entusiasmo uma obrigação burocrática incapaz de empolgar quem quer que seja. A atual presidente promete continuidade, Aécio Neves quer a volta aos tempos em que o PSDB governou o país e Eduardo Campos, evitando falar em socialismo, corre para agradar as elites. Assim podem resumir-se os seus programas, ou seja, sem novidades na disputa pelo palácio do Planalto.
Pode ser que passada a copa do mundo de futebol, em mais uma semana, disponham-se os candidatos a apresentar-se à nação, ainda que muita gente imagine que só o farão em agosto, quando começar o horário de propaganda eleitoral obrigatória. Por enquanto, nada.
O singular nessa pasmaceira é que o povão não está nem aí. Pouco se interessa pela movimentação desses três pretendentes ao trono. Muito menos dos outros nove.
MELHOR DESISTIR
Cresce no PT de São Paulo a tendência de que melhor para o partido será a desistência do candidato Alexandre Padilha ao palácio dos Bandeirantes. A péssima performance do ex-ministro nas pesquisas não deixa duvidas do resultado final, em outubro. O problema é que, permanecendo na disputa, ele enfraquece os companheiros candidatos ao Congresso. Já não se tem certeza das possibilidades de Eduardo Suplicy para o Senado, em especial depois que José Serra aceitou o desafio.