André de Souza e Evandro Éboli
O Globo
BRASÍLIA - Um ano depois dos protestos de rua que sacudiram o país em junho de 2013, a resposta do Congresso Nacional às reivindicações não atendeu a boa parte dos pleitos. Os manifestantes queriam melhorias no serviço público em geral, mas poucas propostas andaram na Câmara e Senado e viraram lei. No calor da pressão, os congressistas chegaram a criar uma agenda positiva, mas ficaram na intenção.
Com os estudantes à frente, a garantia do passe livre foi uma das principais bandeiras dos atos no ano passado. Foram várias reuniões entre os representantes dos alunos com lideranças políticas. A proposta do passe livre estudantil foi apresentada em 25 de junho, dias após os protestos, por um grupo de senadores, tendo à frente o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Nada menos que 52 senadores são os autores desse projeto. Ainda assim, o texto está encalhado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. "Essa circunstância é especialmente dramática no caso dos estudantes, que, em geral, não têm fonte de renda própria e, com isso, restam prejudicados em seus deslocamentos casa-escola, com alguma frequência, tendo até que deixar de frequentar aulas por não ter como custear seu transporte", afirmam os 52 senadores na justificativa do projeto.