Ativistas ajudam a colar as imagens da instalação De mãos dadas
Foto: Pedro Severien/Divulgação
Diogo Guedes
JC Online
Em muitos sentidos, é impensável separar a política dos aspectos do nosso cotidiano – da forma de se vestir ao local de lazer de cada um, pequenos atos ajudam a construir (e manter) a sociedade em que todos vivem. Na cultura não é diferente: mesmo quando não expressa isso claramente, a arte é uma das mais formas mais criativas de buscar a reinvenção das formas de atuar politicamente. A relação entre arte e política é vista hoje bem além do engajamento ou do partidarismo. Observar os trabalhos que têm surgido pela mobilização do movimento Ocupe Estelita mostra bastante isso.
O ativistas têm acampado – antes dentro do terreno do Cais José Estelita e agora embaixo do Viaduto Capitão Temudo, ao lado do lugar original – exigindo a revisão do projeto do Consórcio Novo Recife e reivindicando participação popular para decidir o que deve ser feito no local. Desde o início, o meio cultural abraçou a ideia, seja através de músicos locais, atores globais e celebridades que divulgaram fotografias com a hashtag #OcupeEstelita, ou por meios de shows de Karina Buhr e Otto.
Na última semana, o movimento passou a contar com suas obras originais, feitas a partir da suas provocações. A repercussão nacional da integração de posse levou o rapper Criolo, em meio a sua turnê com o músico etíope Mulatu Astatke, a criar uma letra em solidariedade ao Ocupe. “12 torres nos cais / 12 torres a mais / erro das estatais / sangue jorra no cais”, diz um trecho. O vídeo da música foi divulgado na própria página do cantor paulista na última segunda.