Instala-se hoje, no Senado, a CPI da Petrobras. Seria oportuno para seus integrantes adotar o princípio fundamental de que deverão investigar, apurar e denunciar mal-feitos, lambanças e roubalheiras praticadas por diretores, funcionários e empresários. Jamais, no entanto, utilizar a CPI para atingir a Petrobras. Nunca desmoralizar, enfraquecer e denegrir a empresa. Se maus dirigentes, em especial nos últimos anos, valeram-se de seus cargos para enriquecer e fraudar a lei, pau neles! Agora, servir de instrumento para tornar a Petrobras presa fácil dos que pretendem privatizá-la ou destruí-la, de jeito nenhum.

Se sócios do Ali Babá apoderaram-se dos controles, dos negócios e das iniciativas da empresa, haverá que descobri-los, apontá-los e, depois, deixar a Justiça penalizá-los.
Importa menos se foi nos governos do PT que mais se acentuaram os abusos e as falcatruas. Em governos anteriores também se registraram malfeitos, ainda que multiplicados no período mais recente. Problema deles, que sairão desgastados e desmoralizados das sessões da CPI. O importante, vale repetir, é preservar a Petrobras e os ideais que até hoje a confundem com a independência nacional.
Cada senador membro da CPI que medite a respeito de poder estar prestando um grande serviço ao país, desvendando mais este véu da corrupção, ou, no reverso da medalha, estar contribuindo para a implosão de uma das instituições mais necessárias à nossa sobrevivência como nação independente.
ESQUERDA, VOLVER!
No fim de semana que passou tanto Aécio Neves quanto Eduardo Campos tentaram livrar-se da impressão de candidatos das elites, conservadores e voltados para a direita.
O ex-governador de Minas escreveu que a inflação corrói o salário do trabalhador e que o Bolsa-Família repôs só a metade da inflação dos últimos três anos. Acrescentou que as elites nada têm que reclamar: os bancos amealharam lucros recordes e grandes empresários selecionados pelos mandatários da Corte recebem empréstimos milionários a juros camaradas.
Já o ex-governador de Pernambuco, em documento aprovado pelos Partido Socialista, refere-se à necessidade da socialização dos meios de produção e à imposição de limites à propriedade privada.
Como ambos continuam frequentando e cultivando a nata do empresariado, vale aguardar para ver se às críticas corresponderão ações efetivas, no caso da vitória de um deles.