Folha de Pernambuco
A decisão do Tribunal Superior Eleitoral que modifica o número de
representantes na Câmara Federal também atinge os legislativos estaduais.
Pernambuco, por exemplo, também perde uma vaga na Casa de Joaquim Nabuco com a
mudança, o que gerou uma reação de desaprovação entre os deputados. Apesar de o
foco da reclamação ser a redução da representação popular, a inquietação foi
também provocada pelo aumento do nível de dificuldade para conseguir garantir a
cadeira, uma vez que aumenta o coeficiente eleitoral, que é o mínimo de votos
que um partido ou coligação precisa atingir para eleger um parlamentar.
De acordo com o economista e analista político, Maurício Romão, com a
mudança, para cada vaga pretendida na Assembleia Legislativa, a aliança ou
legenda precisará ter uma média de 98 mil votos, cerca de seis mil votos a mais
do que em 2010, quando o coeficiente foi de quase 92 mil votos. Para o deputado
Sérgio Leite (PT), que pretende tentar a reeleição este ano, a decisão não é
definitiva. “A Alepe entrou com uma ação na Justiça, junto com outros estados,
para reverter isso, uma vez que diminuir a representação é muito nocivo para a
população do Estado”, avaliou.
Para o deputado Alberto Feitosa (PR), a mudança prejudicará os partidos e
coligações pequenas. “Quem sair em chapas fortes e numerosas tende a sentir
menos o impacto dessa mudança, mas os pequenos partidos e coligações, que já têm
muita dificuldade de atingir o coeficiente, precisarão ter ainda mais votos para
eleger um deputado”, lembrou o parlamentar, que vai disputar a reeleição no
chamado “chapão” da Frente Popular.
O deputado André Campos (PSB) ressalta ainda que a perda da representação não
deve gerar economia para o Estado. “O povo perde um parlamentar que defenderia
seus interesses, mas o duodécimo da Assembleia (valor repassado mensalmente pelo
Estado) não muda, continua o mesmo”, explicou.