Para a Alepe, serão 98 mil votos

Antônio Assis
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Amanda Seabra

Folha de Pernambuco


A decisão do Tribunal Superior Eleitoral que modifica o número de representantes na Câmara Federal também atinge os legislativos estaduais. Pernambuco, por exemplo, também perde uma vaga na Casa de Joaquim Nabuco com a mudança, o que gerou uma reação de desaprovação entre os deputados. Apesar de o foco da reclamação ser a redução da representação popular, a inquietação foi também provocada pelo aumento do nível de dificuldade para conseguir garantir a cadeira, uma vez que aumenta o coeficiente eleitoral, que é o mínimo de votos que um partido ou coligação precisa atingir para eleger um parlamentar.
De acordo com o economista e analista político, Maurício Romão, com a mudança, para cada vaga pretendida na Assembleia Legislativa, a aliança ou legenda precisará ter uma média de 98 mil votos, cerca de seis mil votos a mais do que em 2010, quando o coeficiente foi de quase 92 mil votos. Para o deputado Sérgio Leite (PT), que pretende tentar a reeleição este ano, a decisão não é definitiva. “A Alepe entrou com uma ação na Justiça, junto com outros estados, para reverter isso, uma vez que diminuir a representação é muito nocivo para a população do Estado”, avaliou.
Para o deputado Alberto Feitosa (PR), a mudança prejudicará os partidos e coligações pequenas. “Quem sair em chapas fortes e numerosas tende a sentir menos o impacto dessa mudança, mas os pequenos partidos e coligações, que já têm muita dificuldade de atingir o coeficiente, precisarão ter ainda mais votos para eleger um deputado”, lembrou o parlamentar, que vai disputar a reeleição no chamado “chapão” da Frente Popular.

O deputado André Campos (PSB) ressalta ainda que a perda da representação não deve gerar economia para o Estado. “O povo perde um parlamentar que defenderia seus interesses, mas o duodécimo da Assembleia (valor repassado mensalmente pelo Estado) não muda, continua o mesmo”, explicou.

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