Pernambuco 247 - O deputado federal João Paulo (PT-PE), pré-candidato ao Senado, já aparentou estar conformado com a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar exclusivamente a Petrobras. De acordo com o parlamentar, PT precisa, agora, apresentar os nomes que serão levados para a CPI e estudar como será a participação da legenda no processo. O ex-prefeito do Recife é um dos petistas que defende, internamente, a preferência pela relatoria da investigação em detrimento da presidência.

O PT defendia a criação de uma CPI mais ampla, que englobasse temas como o caso Alstom, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e o Complexo de Suape, na Região Metropolitana do Recife (RMR), em Pernambuco. Caso as investigações ocorressem em outros serviços públicos, poderiam respingar nas campanhas presidenciais do ex-chefe do Executivo pernambucano Eduardo Campos (PSB) e do senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Uma CPI ampliada investigaria, também, a suposta formação de cartel em três gestões tucanas em São Paulo - Mário Covas (1995-2001), Geraldo Alckmin (era vice de Covas, falecido, e administrou aquele estado de 2001 a 2006. Também é o atual governador) e José Serra (2007-2010).
A Petrobras será investigada devido à compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006. Na época, o valor pago pela metade da empresa, de US$ 360 milhões, foi muito superior aos US$ 42 milhões que a empresa belga Astra Oil pagou, um ano antes, pela totalidade do empreendimento.
Entretanto, de acordo com as cláusulas Put Option e Marlim, presentes no contrato, se houvesse desentendimento entras as empresas sócias, uma delas seria obrigada a adquirir a outra parte das ações. A estatal brasileira acabou tendo prejuízos de cerca de US$ 1,2 bilhão. Na época, a presidente Dilma Rousseff (PT) comandava o colegiado internacional da companhia.
Ao justificar a compra da refinaria, a chefe do Executivo federal afirmou que autorizou a aquisição do empreendimento por receber “relatórios falhos” para estudar o caso. Durante depoimento, o ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nelson Cerveró disse que as cláusulas deram origem a toda a polêmica, “não eram relevantes” e não precisaram ser levadas ao conselho de administração.