André Ferraz
Política para Políticos
O impacto da internet na política ainda não foi devidamente avaliado. A internet ainda é uma atividade eleitoral incipiente, tanto no que se refere à prática da política, como no que respeita aos estudos e pesquisas.
A cada nova eleição, entretanto, aumenta significativamente o papel da internet nas campanhas, e amplia-se o raio de atividades que passam a ser realizadas por seus instrumentos.
Hoje, todos os partidos possuem a sua homepage, assim como os principais candidatos que nelas inserem sua biografia, seu plano de governo, seus projetos, seu nome e número e outras informações. É crescente também o número de políticos com email, o endereço eletrônico que permite a correspondência via internet, e o hábito de responder aos emails que são enviados.

Candidatos também participam de “chats” (conversas) com eleitores, através da internet e trafegam nas redes sociais, gerando uma nova mídia que possui a instantaneidade do rádio e da mídia impressa e do telefone com imagem (Skype). É também possível usar o espaço da net para postar vídeos, seja no You Tube ou nas redes sociais.
O que se pode afirmar neste momento é que a internet ainda é muito subutilizada na política e nas campanhas eleitorais. Mas, por igual, pode-se afirmar que, se há uma certeza nesta matéria, é que o seu uso vai continuar aumentando exponencialmente nos próximos anos.
Se você está na carreira política ou nela pretende entrar, então, não perca tempo. Se não sabe navegar e usar os recursos da internet, aprenda o mais rapidamente possível. Não basta que seus auxiliares (ou filhos) dominem este conhecimento e produzam, mediante impressão, textos para sua leitura. Já é um avanço importante, mas também já é insuficiente.
Você mesmo deve ser capaz de acessar, pesquisar, navegar, se comunicar, imprimir, gravar, armazenar e produzir seus textos no seu computador pessoal.
A tecnologia da campanha moderna avança aos saltos, e estes saltos, cada vez são menos espaçados no tempo.
O computador e seus periféricos, o celular e suas inúmeras funções, os aplicativos para contato interpessoal, os tablets já são hoje recursos consolidados de campanhas políticas. Atente para o fato de que todos eles apontam na mesma direção: a celeridade e o a facilidade de acesso.
Tudo que contribuir para economizar tempo, reduzir custos e facilitar contatos numa campanha é imediatamente incorporado a ela, na medida dos recursos existentes.
Celeridade e facilidade de acesso, entretanto, não esgotam na busca de meios para tornar a campanha mais eficiente. Eles se constituem em meios de economizar tempo. Mas economizar para que? Economiza-se tempo numa campanha, para aumentar o tempo dedicado ao contato do candidato com o eleitor.
A internet, na medida em que se universaliza - assim como ocorreu com a TV e o telefone - permite atingir outros patamares de eficiência na campanha, sobretudo porque ela abre a possibilidade de uma comunicação individualizada do candidato com o eleitor.
A esses recursos viabilizados pela internet – de forma gratuita – deve-se atribuir o enorme volume de contribuições individuais aos principais candidatos, na última eleição presidencial americana.
Celeridade, facilidade de acesso, comunicação individualizada, espaço para apresentar a mensagem, interatividade mediante a qual não apenas o diálogo se viabiliza, como também consultas, enquetes, e até pesquisas, são novos recursos que a moderna campanha eleitoral não mais pode ignorar.