Francisco Ferraz
Política para Político
Charles Darwin(imagem ao lado) pode ser considerado como o modelo do pesquisador científico. Dedicou-se ao estudo da biologia, no seu jardim e no mundo.
Dotado de uma curiosidade insaciável, cultivou ainda uma formação científica enciclopédica, que não se limitava à biologia, mas que o levou a estudar em profundidade geologia, botânica, genética, zoologia.
Darwin vivia, entretanto atormentado fisicamente por doenças que o obrigavam a trabalhar enrolado em lençóis molhados, mesmo durante o inverno, pela doença de sua filha de cuja morte nunca se recuperou completamente.
Sofria também a tortura mental de não conseguir compatibilizar sua teoria, fundada nas descobertas que fizera ao longo da vida, com sua formação religiosa, com o discreto, mas permanente escândalo de sua esposa religiosa, com sua teoria que removia de Deus da criação do mundo, assim como o establishment científico inglês.
Do lado dos criacionistas o principal debatedor era o Bispo (da Igreja Anglicana) Samuel Wilberforce; do lado dos evolucionistas, o debatedor principal era Thomas Henry Huxley, grande amigo de Darwin. Darwin doente não compareceu ao encontro.
O debate foi histórico. Mais que um confronto entre teorias, foi um conflito entre Ciência e Religião. Thomas Huxley (avô do famoso escritor Aldous Huxley) que se autodenominava “o buldogue” de Darwin foi considerado o vencedor do debate.
O momento mais dramático, que tornou este debate célebre, ocorreu quando o bispo Wilberforce, animado pelo apoio e aplauso da maioria dos participantes fez a seguinte provocação a Huxley: “Peço-lhe por favor que me informe se foi através do seu avô ou de sua avó que o sr. reivindica sua descendência do macaco”.
O público explodiu em risadas, deboches e aplausos. Quando o silêncio voltou, Huxley com muita calma respondeu que: “Não se envergonharia de ter um macaco como ascendente, mas que se sentiria muito envergonhado de estar ligado a um homem que usa seus grandes dons para obscurecer a verdade”.