Glauce Gouveia
Diário de Pernambuco
Ele é militante socialista desde 1992. Esteve ao lado do governador Eduardo Campos (PSB) já na campanha desse para a Prefeitura do Recife em 1992, quando o hoje aliado Jarbas Vasconcelos (PMDB) foi eleito. De lá para cá, participou de todas as campanhas majoritárias encabeçadas pelo PSB e está no governo de Pernambuco desde 2007. Apesar de ter assumido nos últimos sete anos papéis importantes para o equilíbrio das relações governo/servidores e das finanças, Paulo Câmara ainda é, para a população pernambucana, um nobre desconhecido.

A distância das bases, dos eleitores e o fato de não circular nos meios empresariais e sociais, fundamental para qualquer político que tenha pretensões eleitorais, é o principal motivo de Paulo Câmara ser hoje um desconhecido, ainda um pré-candidato invisível. Até porque, apesar das funções estratégicas que assumiu até agora no governo Eduardo, só esteve por um ano numa secretaria-fim: a de Turismo, quando assumiu o posto para apagar um incêndio provocado pelas denúncias de um suposto superfaturamento em contratos de artistas pela Setur-PE, na gestão do deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB).
Atuação
A sua maior contribuição ao governo veio através de secretarias- meio, como Administração, onde instituiu o calendário de pagamento semestral e o programa de recadastramento, e Fazenda, onde carrega a responsabilidade sobre todas as contas do estado e prova ser alguém da extrema confiança do governador.
Com o lançamento de seu nome para a disputa ao governo do estado deste ano, Paulo Câmara terá que sair de sua zona de conforto e ganhar as ruas. E o PSB, especialmente o governador Eduardo Campos, terá como uma das maiores tarefas tornar visível o nobre recatado intelectual. Afinal, é o eleitor quem vai fazer a pergunta que não cala em épocas como essa: em quem é que eu vou votar?