A FIFA E A SOBERANIA NACIONAL - CARLOS CHAGAS

Antônio Assis
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Mais uma da Fifa, caso verdadeira a versão de ter sido por exigência da entidade esportiva que a presidente Dilma prepara projeto regulamentando e restringindo as manifestações de rua e punindo o terrorismo. Tanto o presidente quanto o secretário-geral da Fifa teriam levado a chefe do governo a decidir pela iniciativa. Depois de tantas pressões, imposições e grosserias, só faltava essa: querem interferir na legislação brasileira. Não lhes bastou atuar para a revogação da lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol. Nem para obrigar a venda de uma determinada marca de cerveja durante as partidas.
A tudo nos curvamos, quando a Fifa determina. Agora, a pretexto de proteger os torcedores, com ênfase para os turistas estrangeiros, força o governo a propor restrições às passeatas de protesto.
Começa que se for para evitar vandalismos, bastam as leis em vigor. Se não são aplicadas, é outra história, por conta das polícias. Porque para quem assalta, depreda e às vezes até mata, existe o Código Penal.
Confundir a manifestação popular com o vandalismo, dito agora terrorismo, é um risco dos diabos, que a presidente parece em vias de correr. Para coibir um não é necessário cercear o outro.
Esse suposto projeto prestes a chegar ao Congresso contém outros exageros, mesmo um que seria cômico se não fosse trágico: os manifestantes precisariam comunicar previamente às autoridades dia, hora e local de seus protestos. Coisa que lembra o tempo das campanhas eleitorais durante a ditadura militar. Sem esquecer as manifestações espontâneas, que apesar de raras, também existem.
Em suma, uma precipitação, ainda mais porque determinada por uma organização presunçosa e intrometida a ponto de querer interferir na soberania nacional.
BANDEIRA BRANCA
Teve sabor de pacificação a presença da presidente Dilma no jantar oferecido pelo vice Michel Temer ao PMDB de São Paulo, segunda-feira. Frente a mais de duzentos convidados, ela chegou a discursar elogiando o partido como um dos arcos de sustentação de seu governo. A abertura de mais vagas no ministério, porém, ficou para o ministro Aloizio Mercadante conversar.

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