Petistas não largam os cargos do governo Eduardo e PCR

Antônio Assis
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Gabriela Lopez
JC Online

Mesmo após a cobrança enfática do presidente nacional do PT, Rui Falcão, petistas com cargos no governo do Estado e nas prefeituras do Recife e de Paulista resistem a deixar as funções. Em passagem pelo Recife na quinta-feira (23), quando discutiu a sucessão estadual com lideranças locais, o dirigente disse que espera ver cumprida “rapidamente” a decisão tomada há três meses pelo Diretório estadual de deixar as gestões socialistas, por causa do rompimento com o PSB, que lançará a candidatura do governador Eduardo Campos ao Palácio do Planalto, contra a presidente Dilma Rousseff (PT).
“Não queremos adotar as medidas previstas no estatuto do partido, que pode ser advertência, suspensão e expulsão, sempre com direito de defesa”, avisou Rui Falcão.
Petistas com cargos esticam a corda. Sobram argumentos: “não sou só eu que tenho cargo”, “tem um recurso rolando na Executiva nacional” e “o diretório estadual não pode tomar decisão pelos municipais”. A questão será abordada na primeira reunião da nova Comissão Executiva estadual, marcada para o próximo dia 3.

No governo do Estado, se estima que dez petistas ocupem funções, em direções ou no segundo escalão. O caso mais curioso é o de Oscar Barreto por ser secretário-Executivo de Agricultura e presidente do PT do Recife. Esta semana, o deputado petista Sérgio Leite foi escolhido líder da oposição na Assembleia Legislativa (Alepe). Na capital pernambucana, Eduardo Granja é titular da Secretaria de Habitação. Em Paulista, Fábio Barros comanda a pasta de Meio Ambiente.
A determinação do Diretório estadual de entregar os cargos foi contestada em um recurso protocolado na Executiva Nacional, que questiona o “poder” da instância estadual de deliberar sobre questões municipais. Ele não foi apreciado ainda.
Enquanto isso, no próximo dia 1º, o Diretório do Recife deve se reunir para discutir o posicionamento sobre a entrega dos cargos. Esta semana, Eduardo Granja deve apresentar um pedido para que a direção estadual escute o trabalho desenvolvido pelos petistas na Secretaria de Habitação do Recife. “Tenho a leitura de que aliança política não se faz só sobre a ótica eleitoral. Não vejo motivo que induza o rompimento (com o PSB no âmbito municipal). A relação política PT-PSB vai permanecer após a eleição. O PT não pode se isolar”, defende o secretário.

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