Tânia Monteiro - O Estado S. Paulo
ARACAJU - Durante velório no palácio do governo de Sergipe, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva exaltaram a figura do governador Marcelo Déda, morto na manhã desta segunda-feira, 2, após seis meses internado em São Paulo lutando contra um câncer. Dilma disse que Déda "deixará um vazio em nossos corações" mas "deixa também o exemplo dele a ser seguido". "Era um grande homem que tinha uma forte ética e perseguia a construção de um País melhor".
Sobre o governador, a presidente disse ser "um grande poeta, foi um dos mais brilhantes oradores que nós conhecemos". E emendou "e foi também um político do P maiúsculo, escreveu a política com grande qualidade, em todos os momentos da sua vida, se dedicou aos mais pobres, lutou para transformar o nosso país", disse. "Todos nós levaremos o Déda na nossa memória, tanto na nossa alma como nos nossos corações", completou. Segundo Dilma, ele "nos deu uma mensagem que nós carregamos para a vida, uma mensagem de que atravessar a vida com o espírito lutador, guerreiro e humanista".
Lula disse "estar muito entristecido" com a morte do amigo pessoal. Segundo ele, o governador era uma das pessoas "que poderia ajudar a construir um Brasil cada vez melhor". Ele afirmou que "sonhava com Marcelo Déda no Senado" porque "estão faltando tribunos de envergadura no Senado e ele poderia ser um destes". O ex-presidente recordou passagens em que esteve junto com Déda na campanha dele à reeleição a prefeito. "Andar com Déda na campanha da reeleição à Prefeitura de Sergipe era quase andar com Deus em cima do caminhão". Lula acrescentou ainda que será preciso "construir novas lideranças no Estado".
Missa. Ambos permaneceram por mais de duas horas e meia no Palácio Olímpio Campos, onde participaram de uma missa de corpo presente. Depois da missa, Dilma se reuniu no Palácio de Governo com Lula e familiares do governador, ministros, governadores e políticos locais. Ela deixou o Estado pouco depois das 23 horas.
A visitação ao caixão do governador foi aberta ao público por volta das 21h30 e será encerrada ao meio dia desta terça-feira. Em seguida haverá um culto ecumênico e logo depois o corpo seguirá para Salvador, onde será cremado.