Sucesso de leilões desafia PSB a criar novo discurso

Antônio Assis
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Paulo Emílio / Pernambuco 247 - O sucesso dos leilões de concessão dos terminais aeroportuários realizados nesta sexta-feira deverá fazer com que o PSB, um dos maiores críticos da condução da economia no governo da presidente Dilma Rousseff (PT), mude o discurso que vem sendo utilizado. Um dos principais pontos fustigados constantemente está na interlocução do governo junto à iniciativa privada e na desconfiança dos investidores. Enquanto a Dilma quer taxar o lucro do empresário, a gente quer garantir a ele um lucro mínimo para que confie no projeto e decida investir", disse, nesta sexta-feira, o deputado Márcio França (PSB-SP). O mote acaba esvaziado quando observado o ágio médio de 251,7% nos leilões dos terminais do Galeão (RJ) e Confins (MG).

A presidente Dilma já havia falado com exclusividade ao 247 sobre a grita dos empresários. "Antes dos leilões, é sempre assim mesmo. É um jogo de pressões. Mas, meu querido, eu estou nesse negócio de leilão há muito tempo, antes mesmo de ser presidenta. Vamos lembrar dos casos de Jirau e Santo Antônio. O que eu vejo quase sempre é deságio em relação às tarifas, o que significa que os empresários calculam o risco e aceitam uma taxa de retorno menor do que a estabelecida nos próprios editais", disse. "No caso dos aeroportos que já foram leiloados, os concessionários pagaram valores altos, assumiram grandes compromissos de investimento e não me consta que estejam perdendo dinheiro", ressaltou.

Sobre a falta de diálogo com o empresariado brasileiro, que foi alvo das críticas de Campos ao longo desta semana, Dilma foi taxativa. "Diálogo aqui nunca faltou e nunca faltará", disse. "No nosso governo, a relação é de cooperação com o empresário. Agora, nem o Estado pode querer subordinar o empresário, nem o empresário pode querer subordinar o Estado", emendou em seguida.

Com os resultados do leilões, que acabaram superando todas as expectativas e demonstrando que o empresariado é capaz de apostar alto nas iniciativas do governo, restará aos críticos da condução da economia encontrar um novo discurso capaz de se sobrepor aos fatos.

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