JC Online
Sem a maternidade do Cisam, fechada há um ano para reforma, sobra superlotação em outros serviços de gestação de alto risco da rede estadual e conveniada ao SUS em Pernambuco. Na emergência obstétrica do Imip, nos Coelhos, no Recife, acompanhantes de gestantes e parturientes reclamam nesta tarde de quinta-feira (14/11) de longa espera para atendimento e falta de espaço para acolher as pacientes em trabalho de parto ou com complicações da gravidez. Também relatam passagem por outras unidades onde não havia médicos ou faltava material para cirurgia.
“Minha filha tem 15 anos, desde terça-feira perde sangue e líquido e está aguardando vaga aqui no banco do lado de fora”, contou Maria da Conceição da Silva, moradora de Itamaracá, Norte do Grande Recife. Segundo ela, não há maternidade funcionando na Ilha, a menina já foi levada quarta-feira à Bandeira Filho, de Afogados, rede municipal do Recife, onde recebeu a orientação de andar por duas horas para aumentar a dilatação e depois foi mandada para casa. “Aqui no Imip, o médico mandou fazer exame de imagem e estamos aguardando nova chamada”, contou seis horas depois de ter chegado à emergência. Tiago Martins, morador de Olinda, reclama que a esposa, Magda Pinto, de 32 anos, com gravidez de risco, hipertensa, deu entrada ontem à noite no Imip, conta que o local está tão cheio que é a gestante que sai para falar com os familiares e não eles que entram para vê-la. Outras pessoas dizem que há até duas gestantes dividindo o mesmo leito e algumas acomodadas em cadeiras.
O Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) esclarece, por meio de sua assessoria, que “desde 2012 envia diariamente um relatório para a Central de Regulação de Leitos, comunicando sobre a situação da maternidade. Infelizmente, o IMIP não tem capacidade estrutural para atender, com a qualidade que gostaria, a grande demanda da população que confia e procura espontaneamente os seus serviços.”
Segundo o hospital, a maternidade tem 45 leitos para o alojamento conjunto, 14 para pré-parto de alto risco, cinco leitos para baixo risco, 28 para gestação de alto risco (quando a gestante precisa de internamento) e 12 de UTI, onde são realizados mais de 600 partos por mês.