PE247 - O presidenciável e governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), afirmou, nesta quinta-feira (3), em Belo Horizonte (MG), que a legenda socialista pode não lançar candidatura própria e ter um palanque duplo em Minas, o que beneficia tanto o socialista como o pré-candidato a presidente em 2014 pelo PSDB, senador Aécio Neves (MG). Visando a formação desta aliança, os socialistas dão como condição o espaço para a sigla integrar a chapa majoritária com a vaga de vice-governador ou de senador naquele estado. A confirmação de Campos, feita no reduto eleitoral de Aécio, ex-governador de Minas, mostra mais uma vez a proximidade entre o gestor e o tucano, que, mesmo sendo adversários, somam forças para tirar votos da presidente Dilma Rousseff (PT) no próximo ano e aumentar as chances de levar a disputa para o segundo turno.

Embora esteja em discussão na legenda socialista a possibilidade de o partido lançar candidatura própria em 12 estados – seis visando à reeleição -, o governador pernambucano disse que o PSB é “diferente de outras legendas” e procurou demonstrar ao decorrer de sua história que não precisa ter o principal nome de uma chapa para formar alianças. “Nós gostamos de ser apoiados, mas sabemos apoiar. O importante é o interesse de Minas”, acrescentou.
O nome mais cotado para ser candidatar ao governo mineiro era o do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), que também presenciou a coletiva. No entanto, o gestor municipal tem rechaçado qualquer possibilidade de disputar o Executivo mineiro sob o argumento de que primeiro deve terminar o seu mandato como prefeito. Mesmo assim, recebeu afagos do governador Eduardo Campos.
“Claro que o partido olha para um estado como Minas, que tem um filiado como o Marcio, qualquer um gostaria que acontecesse (a candidatura ao governo). Só que o Márcio, com justa razão, tem focado no trabalho dele”, afirmou o chefe do Executivo pernambucano, que também presidente nacional do seu partido.
Por sua vez, Lacerda também confirmou a possibilidade de PSB e PSDB integrarem o mesmo palanque em Minas. “A probabilidade de que eu venha a ser candidato ao governo do estado é muito pequena mesmo, por vários motivos, entre eles, a minha própria disposição. Mas é importante que o debate continue e, em fevereiro ou março, teremos a posição absolutamente definitiva”, disse.
Diante deste cenário pré-eleitoral em Minas, que reforça a proximidade de Campos com o tucano Aécio Neves, o socialista reforçou a necessidade de o PSB formar alianças com o grupo do senador. “Saberemos caminhar sem desfazer alianças que foram importantes para o partido ontem e que vão ser amanhã”, complementou.
Curiosamente, no final de agosto, essas duas lideranças políticas tiveram um encontro reservado na casa do pessebista para discutir o cenário eleitoral 2014. A relação estreita de Campos com Aécio resultou num pacto de não-agressão entre ambos, ao menos durante a pré-campanha eleitoral, e a formação de palanque em alguns estados, que possam apoiar os dois presidenciáveis.
A diferença entre a postura de Campos e a de Aécio com relação ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) é que, enquanto o tucano parte para o ataque sem pensar duas vezes, o governador pernambucano faz o estilo “morde e assopra”. Campos resolve criticar a atual gestão pode ser presidenciável, mas evita uma postura mais contundente ao reconhecer os avanços dos 12 anos de PT no Palácio do Planalto por ter sido aliado dos petistas e, além disso, por ter uma relação amistosa com o ex-presidente Lula, principal nome do Partido dos Trabalhadores.