PE247 - Os três principais pré-candidatos à Presidência da República, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), o senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e a ex-ministra Marina Silva (Sem Partido-AC) protagonizaram uma onda de críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), principalmente no que diz respeito ao ritmo de crescimento demonstrado pela economia brasileira nos últimos quatro anos. As declarações aconteceram durante um seminário, promovido pela revista Exame, na noite desta segunda-feira (30), em São Paulo. Enquanto Eduardo pontuou a era Lula (PT) como de alto crescimento econômico, Aécio Neves comentou sobre as declarações dadas pelo ex-presidente ao Diários Associados neste domingo (29) e Marina Silva destacou a importância de debates para a discussão eleitoral.
Eduardo, que já algum tempo vem fazendo críticas constantes no que diz respeito à condução da política econômica, destacou o crescimento econômico do país e a desaceleração econômica entre as gestões de Lula e Dilma. O socialista pontuou que o crescimento do país, na era Lula, era compatível com o ritmo mundial, em torno de 4%. Durante a gestão de Dilma, porém, o ritmo teria decrescido exponencialmente. “Nessa época pós-crise, estamos tendo um crescimento que é metade do resto do mundo”, colocou Eduardo, afirmando que a desaceleração do ritmo se deu após 2010 – numa alusão à chegada de Dilma na presidência.
A produtividade brasileira – que, segundo Eduardo, não supera 10% do montante chinês – precisa ser tratada como um problema. Para Campos, quem for eleito em 2014 deve se preocupar com a economia do Brasil, preservando os avanços já realizados e fugindo dos debates maniqueístas. “Em 2010 os debates foram pobres, e agora, estamos sentindo falta das ideias. Precisamos realizar essa conversa. O Brasil espera lideranças políticas, empresariais e da academia que entrem em acordo sobre o que é mais importante para o país”, finalizou.
Já o senador Aécio Neves comentou a entrevista dada pelo ex-presidente Lula (PT), no último domingo (29), ao Diários Associados. O presidenciável tucano se mostrou surpreso com uma declaração de Lula, onde o petista afirmou que teria mais critérios para escolher os ministros, se, quando presidente, tivesse as informações que têm hoje. “Isso é algo surpreendente, porque todos nós presumimos que o presidente da República tem um critério muito forte para escolher seus ministros do Supremo, das Altas Cortes e do Poder Executivo”, contou.
O senador declarou, ainda, que se eleito presidente diminuiria o número de ministérios pela metade, para simplificar o setor de negócios e estimular o empreendedorismo. “Nessa situação, eu trocaria metade dos ministérios – cerca de 20 – por secretarias de desburocratização, para simplificar o setor de negócios e estimular aqueles que querem empreender mais”, relatou.
Já a ex-ministra Marina Silva, que luta para criar o seu Rede Sustentabilidade até o próximo dia 5 – dia último para a criação do partido, caso ela queira se candidatar à Presidência - falou sobre a importância de eventos para fomentar o debate eleitoral. Segundo ela, já passou a hora se serem apresentados apenas "amontoados de propostas".