Descaso com os recursos públicos

Antônio Assis
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Júlia Schiaffarino
Diário de Pernambuco

Recuperação da orla de Olinda é uma das 11 obras paralisadas ou inacabadas da cidade orçadas em R$ 141 milhões. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A Press
O que para os órgãos de controle são números que expressam a má gestão dos recursos públicos por parte das prefeituras, para a sociedade é um abandono que se traduz na falta de serviços fundamentais como saúde, educação e segurança. Espalhadas pelos 184 municípios de Pernambuco, existem, pelo menos, 124 obras paralisadas ou inacabadas. O valor desses contratos beira os R$ 200 milhões de reais, conforme dados Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE). 

Apesar de chamarem atenção quando reunidos, esses dados tendem a passar despercebidos aos olhos das fiscalizações quando fracionados. "Esse valor é bem menor do que muitas obras estaduais. Existem obras em municípios distantes que não chegam a R$ 100 mil e há um grande risco delas acabarem se perdendo", disse o chefe do Núcleo de Engenharia (NEG) do Tribunal, explicando a preocupação do órgão em reunir os dados. "Fizemos esse levantamento no primeiro semestre. Agora vamos querer saber o porquê dessas paralisações", completou.
Lideram o ranking das obras que começaram sem nunca terem sido acabadas as que tratam de infraestrutura urbana como pavimentação e drenagem de ruas, construção de quadras poliesportivas e redes de esgotamento sanitário. Muitas delas a serem executadas, também, com recursos federais. Nesses casos, cabe ao Tribunal de Contas da União (TCU) investigar a aplicação dos recursos.

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