Diário de Pernambuco

Nesse sábado, por volta das 6hs, Gaievski foi detido por policiais civis em Foz do Iguaçu (PR) e transferido para Curitiba. Ele deixou o cargo de assessor especial da Casa Civil em 24 de agosto, logo depois de ter um mandado de prisão preventiva expedido contra ele, acusado por estupro de vulnerável. Segundo o advogado Natalício Farias, que representa a família de três supostas vítimas, Gaiesvski teve ajuda de outras mulheres para levar meninas de 13 e 14 anos a motéis. Retribuía com dinheiro e cargos na prefeitura. Na segunda-feira passada, a Executiva do PT no Paraná suspendeu Gaievski do partido.
Tauffer Padilha, cuja retenção da habilitação foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal de 23 de fevereiro de 2012 por ter tentado romper uma barreira policial durante uma blitz de trânsito, não é um servidor qualquer na Casa Civil. Apontado como um dos cabos eleitorais de Gleisi Hoffmann durante as eleições para o Senado em 2010, Padilha ocupa hoje o mesmo cargo exercido por Miriam Belchior – atual ministra do Planejamento – durante o governo Lula.
Na época, ela era responsável por assessorar a então chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A condução do PAC migrou para o Planejamento junto com Miriam Belchior, o que, em tese, esvaziou um pouco a subchefia de articulação e monitoramento. Mas Padilha ainda exerce o papel de negociações com prefeituras, atua nas nomeações para o Ministério das Cidades e tem trabalhado para emplacar aliados na Autoridade Pública Olímpica (APO).
CONFLITO DE INTERESSES - Já Ivo Corrêa abdicou do cargo de servidor do Ministério do Planejamento para trabalhar como diretor de Relações Governamentais do Google. Quando foi nomeado para a subchefia de assuntos jurídicos da Casa Civil, passou a analisar, entre outras questões, o marco civil da internet, o que, em tese, configura conflito de interesse.
A assessoria da Casa Civil respondeu que, para a contratação de qualquer servidor em cargos de confiança na administração pública federal, o governo realiza uma pesquisa com instrumentos de uso restrito dos órgãos de inteligência. A investigação se dá antes do ato da nomeação e não existem monitoramentos posteriores, tampouco previsão de revisão desses procedimentos. Segundo a nota, no caso específico de Gaievski, ainda é preciso levar em conta que o processo corria em segredo de Justiça.