Andréa Cantarelli
Diário de Pernambuco
Os capítulos da disputa entre duas das principais tendências do Partido dos Trabalhadores (PT) não têm prazo para encerrar. Nesta segunda-feira, a deputada estadual Teresa Leitão foi escolhida para concorrer ao Processo de Eleição Direta (PED), em novembro. Recebeu apoio de dez correntes da legenda e do ex-prefeito João da Costa e do deputado André Campos. Foi recebida com gritos de guerra e aplausos dos militantes petistas de várias tendências, como Esquerda Marxista, Grupo Movimento de Ação e Identidade Socialista (MAIS), Coletivo Quilombola e Coletivo PT Militante, representado por Teresa.
A deputada agradeceu aos nomes que desistiram de concorrer ao PED para dar lugar à sua candidatura: Gilson Guimarães, do PTLM; deputado Fernando Ferro, do Movimento PT; Luiza Caroline, do Grupo MAIS; Oscar Barreto, da linha Democracia Socialista; e a secretária nacional de Cultura do PT, Prazeres Barros, por um grupo independente. "É muito difícil retirar uma candidatura. Nosso desafio é a diversidade, mas temos um compromisso em comum que é a unidade do partido", lembrou a deputada.
Segundo João da Costa, o nome de Teresa foi escolhido depois de muito diálogo e por ela ser aglutinadora, com a possibiliodade de trazer mais militantes e filiados para o partido. "Apesar de muitas diferenças, há muita identidade quando falamos de mudar o PT em Pernambuco", concluiu João. Ele também declarou querer todos os companheiros juntos nesse momento, inclusive aqueles que não estavam presentes.
São objetivos do grupo a serem sistematizados em documento: fortalecer a estratégia do PT, realizar um PED de repactuação interna, sem chegar a extremos como já foi visto em 2012 e retomar o lugar de protagonimo do PT. Para terminar, citou Paulo Freire quando falou que um dirigente se forma através do processo de ação e reflexão, fazendo da prática o discurso da legenda.
No contraponto, concorrendo com Teresa, está o advogado Bruno Ribeiro, lançado há dez dias, como um nome neutro e articulado com os movimentos sociais, pelo grupo do deputado João Paulo e do senador Humberto Costa. Os concorrentes discursam pela unidade do partido, mas apesar do objetivo comum, a deputada disse "que não existe ninguém neutro no PT", quando questionada a respeito da neutralidade de Bruno. Mas faz parte da agenda, ainda não definida de campanha de Tereza, o diálogo com o outro grupo. "Temos muito respeito pelo outro candidato e já houve sinalização de diálogo", lembrou.