E se não houver dinheiro para o Orçamento Impositivo? - Carlos Chagas

Antônio Assis
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Apesar de adiada para a próxima semana a votação da proposta do orçamento impositivo, continua o nó impossível de desatar   caso a Câmara e depois o Senado  aprovem a obrigatoriedade de a presidência da República liberar recursos para as emendas individuais de deputados e senadores.  E se não houver dinheiro?

                                               A iniciativa liderada pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, lembra artigo de uma das falecidas constituições da Espanha, há mais de um século: “Todo cidadão espanhol é obrigado a ser feliz”.  Verificaram depois A  inviabilidade do cumprimento do tão transcendente norma constitucional.

                                               É a mesma coisa com o orçamento impositivo. Em tempos bicudos  de  crise econômica,  multiplicação das dívidas interna e externa, catástrofes naturais, rebelião das massas e quantos fatores a mais  poderão  determinar o esvaziamento dos cofres públicos? Nesse caso, como agirão o governo e o Congresso diante da obrigação de  pagar as emendas individuais?

                                               A presidente Dilma e seus sucessores  oferecerão  o pagamento em títulos da dívida pública ou assinarão  promissórias? Quem sabe entregarão  barris de petróleo tirados do pré-sal ou negociarão   glebas de terras devolutas?

                                               Já o Congresso fará o quê, na hipótese do calote inevitável? Suas Excelências votarão o impeachment  da presidente? Assumirão o poder, convocando as forças armadas para intervir, conforme permite a Constituição diante do impasse entre os poderes da República?
                                               Acresce ser a execução do orçamento prerrogativa exclusiva do Executivo. Além do princípio ditado pelo bom senso,  de que não se criam despesas sem a clara definição das receitas. Fica, assim, a dúvida cruel: sem recursos, como cumprir a determinação do Congresso?Apesar de adiada para a próxima semana a votação da proposta do orçamento impositivo, continua o nó impossível de desatar   caso a Câmara e depois o Senado  aprovem a obrigatoriedade de a presidência da República liberar recursos para as emendas individuais de deputados e senadores.  E se não houver dinheiro?                                            

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