As viagens começam a dar certo - Carlos Chagas

Antônio Assis
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Começam a gerar resultados as sucessivas viagens da presidente Dilma a municípios variados, sempre iniciadas com entrevistas a emissoras de rádio locais. Não se tem ainda como certa a recuperação da chefe do governo nas pesquisas de opinião. Será preciso esperar mais algumas. A referência a consequências das viagens por enquanto   restringe-se ao Congresso, cujo relacionamento com o Executivo registra algumas melhoras. Prova disso é que o presidente do Senado, Renan Calheiros, deu marcha-a-ré na temporada de apreciação dos vetos presidenciais tidos como polêmicos, e exemplo daquele que impediu o fim dos 10% de multa pagos pelas empresas aos cofres públicos em casos de demissões imotivadas.

Há uma relação de causa e efeito entre a boa vontade do Legislativo e as  viagens de Dilma. Acontece que de bobos deputados e senadores não tem nada. Como em grande maioria eles estão todos os fins de semana em suas bases, começaram a recolher nelas um sentimento mais favorável, ou menos  indignado frente à administração federal. Os prefeitos opinam, o cidadão comum também. Se a presidente fala diretamente a eles, se libera verbas, distribui tratores e presta contas de sua atuação, os reflexos começam a aparecer.

Longo e áspero caminho precisará ser percorrido até a recuperação dos índices de popularidade anteriores ao mês de junho, mas, para os estrategistas do palácio do Planalto, a lição vem do presidente Mao Tsetung: toda grande marcha começa pelo primeiro passo. Pode ser que dê certo essa operação de reconquista, imprescindível para a nova fixação da disputa pelo segundo mandato. Também pode ser que não, tendo em vista os inusitados que o processo político costuma trazer.

De qualquer forma, as viagens pelos municípios, na média de duas ou até  três por semana, começam a apresentar dividendos.  Resta saber se haverá saúde para a presidente e sua equipe continuarem no ritmo atual até dezembro. Depois, será pior…

PLANOS FAJUTOS 

Frase mais ouvida pelos  clientes de planos de saúde, quaisquer que sejam: “Não temos convênio com esse plano.” Cada vez mais  hospitais e casas de saúde particulares rejeitam os cartões apresentados, cujos titulares acabam mesmo sendo tratados no SUS.

Torna-se necessário rever todo o sistema. Começa pelo ridículo preço pago por consulta aos médicos conveniados. Os proprietários de planos de saúde, com as exceções de sempre, tornaram-se milionários, as prestações mensais se multiplicam em ritmo muito superior à inflação, mas na hora em que o cidadão necessita tratar-se, batem-lhe com a porta na cara.

DISPUTA ACIRRADA 

Ano que vem renova-se apenas um terço do Senado. Haverá uma vaga por estado, muito mais disputada do que quando a renovação é de dois terços, quer dizer, dois senadores por estado. A partir das manifestações de junho aumentaram as preocupações dos senadores em final de mandato. Políticos tradicionais já não confiam na reeleição, ainda que novas lideranças ortodoxas andem em falta. O “efeito Tiririca” ronda as urnas de 2014, se até lá não tiver havido uma resposta á altura, no Congresso.

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