Revelações dos grampos telefônicos na igreja

Antônio Assis
0
Jailson Paz
Diário de Pernambuco

Considerado inimigo do regime militar, dom Helder Camara figura na lista das autoridades católicas vigiadas por agentes de segurança. A vigilância se dava de várias formas. Em reportagem na edição deste domingo, o Diario de Pernambuco detalha a chamada “censura telefônica”, ou melhor, o grampeamento dos telefones a que o ex-arcebispo de Olinda e Recife mais usava. Dom Helder esteve à frente da Igreja Católica local entre 1964 e 1985.

A reportagem é continuidade da matéria publicada no último domingo, 28 de abril, quando o Diariodetalhou com exclusividade o prontuário de dom Helder Camara no Departamento de Ordem Política e Social (Dops), mantido em sigilo por mais de 14 anos no Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano (Apeje). O prontuário tem 905 páginas e foi analisado pelos repórteres Tércio Amaral e Jailson da Paz.

Fitas das gravações estão guardadas no Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano. Foto:  Teresa Maia/DP/D.A Press (Teresa Maia/DP/D.A Press)
Fitas das gravações estão guardadas no Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano. Foto: Teresa Maia/DP/D.A Press
As escutas telefônicas foram feitas em quatro telefones. Três eram instalados no Recife, sendo dois no Palácio dos Manguinhos e um no Juvenato Dom Vital, onde funcionava a Cúria Metropolitana. O outro telefone grampeado ficava no Mosteiro de São Bento, em Olinda. O mosteiro, casa dos beneditinos, era um ponto de apoio às ações de dom Helder Camara.

Para a reportagem deste domingo (5), oDiario analisou 23 relatórios de escutas telefônicas. Elas foram feitas por investigadores da Secretaria de Segurança Pública (SSP) de Pernambuco e mostram aspectos do funcionamento da Igreja e o pensamento de dom Helder.

Postar um comentário

0Comentários
Postar um comentário (0)