
Edward Pena
Folha-PE
Uma denúncia de crime virtual envolvendo crianças e adolescentes foi registrada ontem na Polícia Federal. De acordo com a empresária de modelos Silvia Furtado, uma das autoras da queixa, dois perfisfalsos no Facebook estariam solicitando fotos de jovens com os seios à mostra para uma campanha contra o câncer de mama. A falsa oferta de trabalho busca credibilidade utilizando ilegalmente o nome de Silvia. Várias modelos, inocentemente, chegaram a enviar as fotos, mas, ao perceberem a fraude, resolveram denunciar.
A empresária contou que esta seria a segunda vez que o crime acontece. “Através de uma rede social, clonaram o e-mail de uma das minhas modelos e pegaram todos os contatos dela, inclusive o meu. E entraram em contato, pedindo fotos da cintura para cima com os seios à mostra e utilizando meu nome e de minha empresa, como se eu tivesse sido a solicitante”, explicou.
Uma das modelos lesadas foi abordada ainda com 15 anos. Hoje, cinco anos depois, o contato com as supostas agenciadoras, que se identificam nos perfis como Laís de Paula e Alice Daviane, começou novamente, a ponto de gerar ameaças. “Uma menor de idade, que inocentemente mandou a foto do busto para essa pessoa, hoje em dia, cinco anos depois, ainda é solicitada para enviar mais fotos. Se negar, dizem que vão matá-la ou mostrar as fotos íntimas na mídia”, complementou Silvia.
Ainda segundo a empresária, é importante que as modelos e seus familiares chequem a idoneidade das promessas. “Nem minha agência de modelos e nem eu temos nada a ver com essa prática. Mães e crianças, não enviem suas fotos peladas, nem de lingerie, nem de biquíni, por meio de redes sociais e nem e-mail, porque nem eu nem minha empresa solicitamos esse tipo de coisa”, garantiu.
Conforme a assessoria de Comunicação da Polícia Federal, todas as provas da ação criminosa têm que ser entregues à PF. Após a análise do material, caso seja comprovada crime contra as crianças e adolescentes na internet, será solicitada à Justiça a permissão para identificar o ID dos computadores utilizados nas postagens, e, deste forma, chegar aos suspeitos, que podem pegar de três a seis anos de reclusão, se condenados.