Bruno Calixto
Época
No ano passado, o arquiteto José Ripper Kos participou de uma competição internacional para construir a casa que consumisse a menor quantidade de energia possível. Depois do concurso, decidiu aplicar na sua própria residência, em Florianópolis, alguns elementos de sustentabilidade, entre eles a geração de energia solar. Ele instalou painéis fotovoltaicos no telhado e vai procurar a distribuidora de energia para pedir compensação pelo que está gerando. Kos deve conseguir economizar cerca de R$150 por mês, graças a uma nova regra da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que regula da área de energia.
A resolução, aprovada em dezembro, permite que os consumidores possam fornecer a energia que sobra de seus painéis solares e obter créditos na conta de luz. Os equipamentos geram energia apenas de dia, sob o sol. E sai muito caro usar baterias para armazená-la para a noite, quando o consumo residencial é maior. Por isso, parte da energia é perdida. A nova regra acaba com esse problema. Quando o consumidor sai de casa, basta ligar o painel solar na rede elétrica, passando a gerar energia para a distribuidora. No final do mês, ele recebe o desconto correspondente na conta. "Se você consome 100 quilowatts-hora por mês, mas gera 90 quilowatts-hora, vai pagar apenas 10 quilowatts-hora. Se gerar mais do que consome, ganha créditos para usar depois. É como se fosse um plano acúmulo de milhas", diz o coordenador de energia do Greenpeace, Ricardo Baitelo. Os créditos podem ser repassados para outro imóvel, registrado com o mesmo CPF ou CNPJ.