André Clemente
O Grupo Sada planeja um investimento alto em Pernambuco. Além da unidade logística (Sada Logística), responsável por transportar toda a produção da montadora Fiat em implantação em Goiana, a empresa trará uma fábrica de componentes de motores (OMR Componentes automotivos) e, ainda, uma usina de produção de energia limpa. Segundo o presidente do grupo, Vittorio Medioli, serão aplicados R$ 1 bilhão nos próximos quatro anos. Em conversa com a reportagem da Folha, ontem, pós-almoço com o governador Eduardo Campos, Medioli afirmou que, até amanhã, um documento para formalizar as linhas básicas dos negócios a serem trabalhados será entregue ao Governo do Estado.
“Vamos formalizar o projeto da unidade logística, como a capacidade técnica e os pleitos do grupo para a chegada por aqui. Isso inclui necessidades rodoviárias, portuárias e tecnológicas e alinhamento de mão de obra”, explicou o presidente. “A unidade de logística trabalha diretamente com a mobilidade da produção. Quando se fala de exportação, a atuação vai além. Fazemos todo o processo de ida e vinda de mercadorias e isso exige até a preocupação em ter a documentação no idioma de destino do produto. Uma logística mal feita resulta em prejuízos altíssimos.
Por isso, o investimento exige mais que escritórios de tecnologia, como também terminais, mão de obra treinada e grandes equipamentos, como caminhões cegonha e plataformas marítimas”, detalhou.
Sobre a localização da unidade, mesmo detendo toda a logística da Fiat no Brasil, não necessariamente ficará dentro do Complexo Fiat, como costumam ficar as sistemistas de primeiro grau. “A empresa precisa de autonomia do parque industrial. Afinal, a empresa é parceira da Fiat, mas atenderá todo o mercado automotivo da Região”, justificou. O grupo Sada transporta, anualmente, mais de dois milhões de veículos. Volkswagen, General Motors, Peugeot e Citroën estão entre seus clientes. E a regra vale para a unidade OMR. O grupo possui quatro fábricas de autopeças e a unidade pernambucana será a quinta a produzir tambor de freio e suporte para motor.
No caso da usina, o foco da produção será voltado para cogeração de energia. “O combustível usado é o resíduo da moagem (bagaço de cana) que alimenta caldeira de geração de vapor, que por sua vez gera energia através de turbinas. Esse é o negócio do Grupo no setor”, disse. “Vamos inaugurar usina de Jaíba, em Minas Gerais, com capacidade de moagem em 1,5 tonelada de cana, e o fizemos o convite ao governador Eduardo Campos, que, inclusive, confirmou presença”, completou.