Rosa Falcão
Diário de Pernambuco
A periferia das cidades não é mais a mesma. Em dez anos, as favelas se transformaram num mercado potencial de consumo. São 12 milhões de pessoas concentradas nas comunidades que formam um cinturão em torno das grandes metrópoles brasileiras. É quase a população de 11,2 milhões de São Paulo, a maior cidade do país. Elas movimentam uma renda de R$ 56 bilhões anuais, equivalente a todas as riquezas produzidas na Bolívia.
De olho na freguesia que tem dinheiro e paga quase sempre à vista, as empresas buscam parceiros para colocar os seus produtos nas prateleiras. São lojas multimarcas de roupas e acessórios eletrônicos, mercadinhos com produtos importados, salões de beleza recheados dos mais refinados produtos e cosméticos. É a nova classe média ávida por bens duráveis de qualidade.
A pesquisa Favelas brasileiras - Um mercado de R$ 56 bilhões do Data Popular/Data Favela comprova a mobilidade social das famílias impulsionada pela oferta de mais emprego, melhoria da renda e o aumento da escolaridade. A maioria dos moradores se situa na nova classe média, cuja renda familiar per capita varia de R$ 291 aR$ 1.019, segundo os critérios da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE).