PE247 – Por 12 votos a 1, os vereadores do município de Goiana, Zona da Mata Norte do Estado, rejeitaram a proposta que previa a isenção de R$ 3,6 milhões referentes ao Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) ao Grupo João Santos para que o Governo Estadual pudesse adquirir o terreno onde está sendo erguida a fábrica da Fiat. A área em questão abrigou a Usina Santa Tereza, que engloba 1,4 milhão de metros quadrados, será doada à montadora italiana para a construção da montadora. Com uma fábrica de automóveis e outra de motores somada à rede de fornecedores, o investimento no polo automotivo da região deverá chegar a R$ 7,1 bilhões.
Era certo que o projeto seria aprovado porque 11 dos 15 parlamentares da Câmara Municipal de Goiana representam a base governista e apoiam o prefeito da cidade, Fred Gadêlha (PTB). “Até agora ninguém entendeu o que houve”, declarou uma fonte, em reserva, ao Blog do Jamildo. “A escritura do terreno para o nome da Fiat depende da transmissão do terreno do Grupo João Santos para o Governo do Estado. Como a Fiat vai conseguir os financiamentos do BNDES sem ter a escritura do terreno, por exemplo?”, acrescentou a fonte.
O presidente da Casa, João Bosco (PSC), disse que a base aliada tentará apresentar novamente o projeto. Diferentemente do que apurou a reportagem, por sua vez, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Márcio Stefanni, afirmou que o terreno não corresponde ao da Fiat, mas sim a uma área vizinha, doada pelo Governo Estadual como contrapartida ao local onde está sendo construída a fábrica da Fiat.
“O Governo do Estado cumpriu todos os seus compromissos firmados com a Fiat. Uma questão de R$ 3 milhões não vai derrubar um investimento de R$ 7 bilhões”, declarou.
O polo automotivo de Goiana será formado por duas fábricas. Uma é a de automóveis, orçada em R$ 4 bilhões e que terá capacidade para produzir 250 mil unidades por ano, em 2015. A outra, a de motores, em uma área de 50 mil metros quadrados, terá um investimento de R$ 500 milhões e a estimativa é da que a unidade produza 150 motores anualmente. O polo deve gerar 4,5 mil empregos diretos e 12 mil indiretos depois de concluído e já foi contemplado com um financiamento de R$ 2,4 bilhões repassados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).