Carol Brito
Folha-PE
Com o fim do balanço de novas filiações petistas visando ao Processo de Eleições Diretas (PED) de 2013, o levantamento apresentou um número que foi além das expectativas, já que o partido ganhou cerca de 23 mil componentes, somente no Recife. O reforço obrigará a legenda a enfrentar desafios quanto à organização da d
O primeiro desafio será a realização das plenárias de formação partidárias que são obrigatórias para os filiados ficarem habilitados a votar no PED. O volume de neopetistas obrigará a direção a mudar a logística para realizar as reuniões. Há ainda a possibilidade de serem feitas plenárias nas 13 zonais para dividir o público. Esses detalhes serão definidos em uma reunião da direção partidária que deverá ser feita após o feriado.
O processo eleitoral também tenderá a ser mais complexo. Com mais votantes, aumenta a possibilidade de haver segundo turno na disputa, já que a chapa vencedora deve conquistar a maioria absoluta dos votantes. Os grupos terão que se esforçar ainda mais para conquistar a unidade com o aumento no número filiados aptos a votar. Também é praticamente consenso de que, assim como o último PED, a sigla deverá pedir urnas emprestadas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) para agilizar o processo de votação.
Os cálculos iniciais, conforme o presidente municipal do PT, Oscar Barreto, indicam que a maioria das filiações pertence às tendências e lideranças ligadas ao prefeito João da Costa. No entanto, as divergências internas da legenda ainda podem levar a algumas reviravoltas. Isso porque o grupo ligado ao senador Humberto Costa possui um material contra o gestor com depoimentos, testemunhas e fotos que apontam que o petista e alguns aliados teriam trabalhado contra a candidatura oficial da sigla à Prefeitura do Recife. As informações são mantidas sob sigilo e o grupo avalia a melhor forma de levar o conteúdo para a avaliação das instâncias nacionais do PT, o que pode causar até a expulsão do gestor.
Por outro lado, o grupo de lideranças ligado a João da Costa busca se fortalecer dentro da estrutura interna e se articula para defender a unidade com os aliados - posição contrária a da corrente ligada ao senador, que defende uma posição de independência em relação ao futuro governo de Geraldo Julio (PSB), no Recife.