O Globo
BRASÍLIA — O prefeito de São Paulo eleito Fernando Haddad (PT) se reuniu nesta quarta-feira com a presidente Dilma Rousseff, no primeiro encontro dos dois após a vitória nas urnas no domingo. Após dar um forte abraço no novo prefeito, a presidente disse “estar muito feliz” com o êxito de Haddad em São Paulo.
De manhã cedo, por volta das 7h45, quando deixava o seu apartamento no Paraíso, na Zona Sul de São Paulo, Haddad explicou a jornalistas qual seria a pauta da reunião.
— Vou dar um pulinho em Brasília, agradecer à presidente Dilma e pedir apoio para São Paulo. Vai ser uma audiência rápida de agradecimento e para estabelecer uma rotina de trabalho com a presidente — revelou. Sobre a transição do governo, Haddad disse já ter entrado em contato com o atual prefeito, Gilberto Kassab (PSD).
— Já conversei com o prefeito Kassab e ele foi muito gentil, colocou toda a Prefeitura à disposição — afirmou Haddad, sem informar, no entanto, que horas deve retornar a São Paulo, onde está programada para as 17h a sua primeira entrevista coletiva como prefeito eleito.
No domingo, o petista comemorou a vitória em cima de um trio elétrico na Avenida Paulista, diante de cerca de mil pessoas. Haddad ironizou a pecha de “poste” que recebeu, por ter sido escolhido como candidato por Lula, mesmo sem ter jamais concorrido em uma eleição antes. — Vocês sabem que sou segundo poste de Lula? Tem algum candidato a poste aqui? — questionou, lembrando indiretamente que Dilma também fora chamada pela mesma expressão pejorativa quando foi candidata em 2010.
Horas antes, em seu discurso após eleito prefeito de São Paulo, Haddad agradeceu aos eleitores, à família, partidos aliados, ao PT e principalmente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e à presidente Dilma Rousseff. O prefeito eleito lembrou da responsabilidade que terá a partir do próximo ano, dos desafios de agora em diante e ressaltou que São Paulo “não é uma ilha política”.
— São Paulo não é uma ilha política, tampouco uma cidade de muralhas. São Paulo precisa firmar parcerias vigorosas na esfera pública, com o governo federal e com o governo estadual, e na esfera privada, com o que existe de mais avançado em pensamento e tecnologia no mundo. Sei que contarei com o apoio decisivo do governo da presidente Dilma, mas potencializarei esse apoio apresentando propostas e projetos criativos e irrecusáveis. Vamos derrubar o muro da vergonha, que separa os ricos e os pobres — afirmou o petista, que obteve 3.387.720 votos, 55,57% do total de votos válidos, e venceu o tucano José Serra com uma diferença de 678.952 votos.