A Poesia dos Objetos Invade o Marco Zero

Antônio Assis
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Márcio Bastos
Folha-PE

Desta sexta-feira (14) até domingo (16), a partir das 16h, a ordem no Marco Ze­­ro é suspender a objetividade e reprogramar o olhar. Essa é a proposta do Festival Interna­cio­nal de Teatro de Objetos (FI­­TO), que chega à segunda e­di­ção na Cidade. Gratuito, o e­vento trará peças marcadas pe­la sensibilidade que exigem tan­to dos artistas quanto dos espec­tadores. Que não cause espan­to, portanto, um casal forma­do por um homem e uma retroescavadeira; ou que o casamento seja discutido através de utensílios comuns à vida co­tidiana, caso de “Perturbações”, da Cia. Gare Centrale (BEL). Sobre este espetáculo, apresentado hoje, às 20h30, a Folha conversou com Agnès Li­mos, atriz e diretora considera­da a “Dama do Teatro de Objetos”. Fundada em 1984, a Gare Cen­trale é Agnès Limos e vice-ver­sa. A atriz belga diz que des­de pequena brincava com obje­tos, e portanto atentou desde ce­do para possibilidades cênicas que os eles ofereciam. A­pós se formar no curso de teatro, ela começou a aprofundar seu interesse por essa expressão artística. “Percebi que nascia em mim uma vontade de fazer um teatro visual e de trabalhar sozi­nha como atriz. Os objetos, no entanto, estavam sempre do meu lado”, conta.

À frente da Gare Centrale, Ag­nès já concebeu onze espetácu­los, entre eles “Perturbações”, que ela apresenta no FITO. Na obra, ela aborda a dinâmica do casamento e para isso divide pela primeira vez a cena com outro artista. “Como abordamos a questão do casamento, ele passou a interpretar meu marido, e isso se encaixou perfeitamente na dramaturgia. Além disso, com um músico em ce­na, exploramos mais a relação dos sons e dos objetos, como no cinema”, explica.

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